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Interior

Deputado diz que polícia perdeu controle da fronteira para os criminosos

Político afirmou hoje que estado de Amambay virou zona de guerra e que poder paralelo tomou conta dos dois lados da fronteira

Helio de Freitas, de Dourados | 11/08/2016 12:04
Deputado Juan Bartolomé Ramírez (à direita) (Foto: ABC Color)
Deputado Juan Bartolomé Ramírez (à direita) (Foto: ABC Color)
Carro de Jorge Rafaat metralhado no centro de Pedro Juan, em junho; zona de guerra (Foto: Leo Veras)
Carro de Jorge Rafaat metralhado no centro de Pedro Juan, em junho; zona de guerra (Foto: Leo Veras)

A polícia e o Ministério Público perderam o controle da fronteira do Paraguai com o Brasil e quem manda na região, principalmente no departamento (equivalente a estado) de Amambay são os criminosos, afirmou hoje (11) o deputado liberal paraguaio Juan Bartolomé Ramírez.

Segundo ele, a faixa de fronteira de seu país com Mato Grosso do Sul virou “zona de guerra” e policiais e promotores não têm como fazer frente ao poderio dos narcotraficantes. Em entrevista à rádio ABC Cardinal, de Assunção, Ramírez afirmou que existe na região um poder paralelo criminoso sem nenhum tipo de controle das autoridades.

Desde junho, quando o chefão do crime organizado Jorge Rafaat Toumani foi executado a tiros de metralhadora no centro de Pedro Juan Caballero, a região enfrenta uma guerra declarada e dezenas de pessoas já foram mortas em menos de dois meses. Ontem à noite ocorreram mais duas execuções – uma em Ponta Porã e outra no lado paraguaio da fronteira seca.

O deputado comentou sobre o assassinato do prefeito de Bella Vista Norte, Miguel Louteiro Echeverría, ocorrido no dia 5 deste mês, a quem considerava “um amigo”.

Juan Ramírez disse que a segurança pública de Amambay é “totalmente ultrapassada” e não tem capacidade de responder aos criminosos. Segundo ele, as quadrilha de narcotraficantes possuem estrutura quase militar e são cada vez mais respeitados na medida em que cometem crimes.

“É uma guerra comercial, uma disputa sobre quem melhor lida com esses territórios", disse o deputado.

Sobre a morte de Miguel Louteiro, Ramírez disse considerar difícil até mesmo de analisar. “Foi um homem de bem ao longo de sua vida. O conhecia há mais de 35 anos”.

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