Preso no Paraguai, brasileiro de MS é o novo chefão do tráfico na fronteira
Com a morte do rei da fronteira, o título agora pertence ao sul-mato-grossense Jarvis Chimenes Pavão
Com a morte do narcotraficante Jorge Rafaat Toumani – assinado no dia 15 do mês passado – o sul-mato-grossense Jarvis Chimenes Pavão, de 48 anos, assumiu o domínio do tráfico na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, conforme informação da Secretaria Nacional Antigrogas do Paraguai, publicadas hoje no jornal Folha de São Paulo.
De dentro da penitenciária nacional de Tacumbu, em Assunção, no Paraguai, onde está preso desde 2009, Pavão coordena a principal rota de drogas na fronteira com o Paraguai. Ele é acusado de mandar matar seu principal concorrente, Rafaat, mas nega.
Com a morte do rival, Pavão se tornou o maior fornecedor de cocaína para o Brasil, o país é o segundo no ranking dos que mais consomem a droga. O negócio chega a lucrar U$ 3 milhões mensais, de acordo com o serviço de inteligência da polícia paraguaia.
O traficante é da cidade de Ponta Porã, mas ganhou fama quando se mudou para o litoral de Santa Catarina na década de 1990, onde comandou 80% do tráfico de drogas em Balneário Camboriú e Itajaí. Pavão acabou preso com 25 quilos de cocaína, mas logo conseguiu liberdade.
A justiça brasileira novamente decretou sua prisão preventiva, por envolvimento com o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Mas assim como Beira-Mar, Pavão escolheu Pedro Juan Caballero para se refugiar e ampliar seus negócios.
Na disputa pelo tráfico de drogas, Pavão recebeu o nome de embaixador do Narcosul, em referência ao tamanho do seu negócio milionário, e as alianças com os principais grupos criminosos do Brasil: Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (VC).
Mas para chegar o posto de chefe da fronteira, o sul-mato-grossense rivalizava com o narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, que até então era chamado de Rei da Fronteira. Rafaat morreu no dia 15 de junho, fuzilado durante tiroteio em Pedro Juan Caballero, ao cair em uma emboscada.
Mesmo acompanhado de 30 seguranças, o carro de Rafaat, um Hammer, foi atingido. O veículo blindado não suportou o ataque com uma metralhadora calibre 50 e Rafaat foi atingido com 16 tiros.
A polícia paraguaia ainda não esclareceu o crime, mas Pavão aparece como um dos suspeitos de comandar a execução. Ainda de acordo com a Folha de São Paulo, uma das hipóteses é de que o PCC tenha ajudado a articular a ação e assim, entregar a o reinado do tráfico na região ao sul-mato-grossense.