Brasileiro suspeito de executar Rafaat piora em quartel e vai para presídio
Junta médica constatou que Sergio Lima dos Santos está em sala inadequada para continuar tratamento e ainda hoje deve ir para enfermaria do presídio de Tacumbú, em Assunção
O brasileiro Sergio Lima dos Santos, 34, acusado de manusear a metralhadora calibre 50 no ataque que matou o narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, no dia 15 de junho, vai ser transferido novamente, desta vez para a enfermaria do presídio de Tacumbú, em Assunção, capital do Paraguai.
Ferido com um tiro no rosto por um dos seguranças de Rafaat, Sergio dos Santos, que é natural do Rio de Janeiro, ficou 15 dias em um hospital particular na cidade de Fernando de la Mora, na região metropolitana da capital, e na quinta-feira (30) foi transferido para uma cela improvisada no quartel de um grupo especial da Polícia Nacional, em Assunção.
Por decisão do juiz Édgar Ramírez, ele deveria permanecer pelo menos dez dias no local, até se recuperar e ter condições de ir para o presídio, mas o quadro de saúde do brasileiro se agravou no fim de semana.
Neste domingo (3), uma junta médica acompanhada por representantes do Ministério Público do Paraguai e do Poder Judiciário foi até o quartel onde o brasileiro está preso e constatou que o quadro de saúde dele se agravou devido às condições do local, pois a sala não é adequada para fazer tratamento médico.
Na manhã de hoje, o juiz Édgar Ramírez disse à rádio paraguaia Cardinal ABC que vai determinar a transferência de Sergio para o presídio de Tacumbú, onde ele vai continuar o tratamento na enfermaria.
O advogado do brasileiro, Marcos Estigarribia, disse à rádio Monumental AM que seu cliente está em “estado deplorável” no quartel da polícia. “Dentro da cela existe um sanitário que está infestado de bactérias, o local está totalmente contaminado”, afirmou ele, que pediu ao juiz a transferência de Sergio dos Santos para um hospital.
Execução – Na noite de 15 de junho, pelo menos cem pistoleiros armados fizeram uma emboscada para o empresário Jorge Rafaat Toumani, no centro de Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande.
Usando uma metralhadora antiaérea instalada em uma caminhonete Toyota roubada na Argentina, os pistoleiros perfuraram a blindagem do utilitário Hummer conduzido por Rafaat. A polícia do Paraguai afirma que Sergio dos Santos manuseou a metralhadora.
Houve troca de tiros entre os pistoleiros e os seguranças de Rafaat e Sergio foi ferido no rosto. Na mesma noite do ataque ele foi deixado em um hospital de Pedro Juan Caballero, depois de receber os primeiros socorros. De lá foi levado para o hospital de Fernando de La Mora.
O Ministério Público investiga quem pagou as despesas médicas do brasileiro nos dois hospitais em que foi atendido.