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Interior

Brasil tenta pela 3ª vez extraditar traficante que mandou matar Rafaat

Jarvis Gimenes Pavão é acusado em território brasileiro de tráfico internacional de drogas; Justiça paraguaia marcou para o dia 17 audiência sobre pedido de extradição

Helio de Freitas, de Dourados | 10/08/2016 10:03
Pavão no momento em que era levado do presídio de Tacumbú a quartel da polícia, no dia 25 de julho (Foto: ABC Color)
Pavão no momento em que era levado do presídio de Tacumbú a quartel da polícia, no dia 25 de julho (Foto: ABC Color)

A Justiça do Paraguai começa a decidir no dia 17 deste mês, próxima quarta-feira, o pedido de extradição do narcotraficante Jarvis Gimenes Pavão, natural de Ponta Porã (MS) e que está preso desde 2010 no país vizinho. A audiência de identificação foi marcada pelo Supremo Tribunal de Justiça do país vizinho e será conduzida pela juíza María Griselda Caballero.

É a terceira vez que autoridades brasileiras tentam extraditar Pavão, condenado a 12 anos de prisão por associação ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro em Santa Catarina, onde o sul-mato-grossense agia antes de se refugiar em território paraguaio.

Condenado a oito anos por lavagem de dinheiro no Paraguai, Jarvis Pavão se tornou ainda mais conhecido nos últimos dois meses. Ele é apontado pela polícia daquele país como mandante da execução do também narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, ocorrido no dia 15 de junho deste ano em Pedro Juan Caballero.

No mês passado, Pavão foi transferido da penitenciária de Tacumbú para o quartel de um grupo especializado da Polícia Nacional após a descoberta de um suposto plano de fuga.

Após a transferência, autoridades paraguaias encontraram um pavilhão inteiro reformado pelo narcotraficante, onde ele vivia com luxo e mordomia, em contraste com a extrema pobreza dos demais internos. A cela vip foi demolida esta semana. O caso foi noticiado até em países da Europa e nos Estados Unidos, onde Pavão é considerado um grande fornecedor de cocaína.

Audiência – Marcada para a semana que vem, a audiência para encaminhar o pedido de extradição estava prevista para o dia 5 deste mês, mas foi adiada após uma confusão criada por resolução assinada pela ex-ministra da Justiça, Carla Bacigalupo, que proibia a transferência, mesmo até que dependências do Poder Judiciário, de condenados considerados altamente perigosos.

O documento estipulava que os próprios juízes deveriam ir até os presos, ou fizessem a audiência por videoconferência. Entretanto, o tribunal estipulou que o local das audiências deve ser definido pelos próprios juízes.

Carla Bacigalupo foi exonerada um dia após a transferência de Jarvis Pavão por se negar a cumprir a ordem do presidente Horácio Cartes de levar o narcotraficante para o quartel da polícia. No Paraguai existem suspeitas de que pessoas ligadas à ex-ministra tenham sido subornadas pelo brasileiro.

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