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Interior

Suspeito de planejar explodir muro de prisão, rival de Rafaat é transferido

Brasileiro foi transferido ontem à noite de presídio para quartel da polícia, em Assunção; condenado por tráfico, Pavão é acusado de ser o mandante da execução de Jorge Rafaat

Helio de Freitas, de Dourados | 27/07/2016 14:13
Jarvis Pavão, quando foi preso no Paraguai, em 2008 (Foto: Última Hora)
Jarvis Pavão, quando foi preso no Paraguai, em 2008 (Foto: Última Hora)

O ministro do Interior do Paraguai, Francisco de Vargas, disse que o narcotraficante brasileiro Jarvis Chimenes Pavão foi transferido terça-feira (26) à noite para o quartel do grupo especial da Polícia Nacional, sob suspeita de organizar um plano de fuga que incluía a explosão do muro do presídio de Tacumbú com dinamite em gel.

Vargas também acusou pessoas próximas à ex-ministra da Justiça Carla Bacigalupo, inclusive funcionários de sua equipe, de estarem cientes da tentativa de fuga. Ela foi demitida ontem à noite pelo presidente do Paraguai, Horácio Cartes.

Preso há oito anos no Paraguai, Jarvis Pavão é acusado de se associar a facções criminosas brasileiras para a execução do também narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, ocorrida no dia 15 de junho, em Pedro Juan Caballero.

Em declaração à imprensa paraguaia nesta quarta-feira, Vargas evitou fazer acusações diretas contra a ex-ministra, mas deu a entender que o governo de seu país suspeita que pessoas ligadas a Carla Bacigalupo tenham agido para dificultar a transferência, o que ajudaria na concretização da fuga.

Até juiz é suspeito – O ministro também declarou que pediu a intervenção do tribunal de magistrados para investigar as ações do juiz Ruben Ayala Brun, que impediu ontem a transferência de Jarvis Pavão, contrariando ordem do presidente da República.

A ex-ministra se disse “surpresa” com a decisão do presidente paraguaio e afirmou que existe muito machismo contra as mulheres no poder. Ela disse também que Pavão não foi transferido no momento em que a ordem foi dada pelo presidente porque não existia determinação da Justiça.

Advogada diz que Pavão corre risco – A defensora do narcotraficante, Laura Casuso, disse que seu cliente corre perigo no quartel para onde foi levado e teme até mesmo ser envenenado. Segundo ela, ele só vai comer alimentos que forem entregues em suas mãos por seus familiares.

Ela questiona a legalidade da transferência e negou que Pavão tenha planejado fugir do presídio explodindo o muro com dinamite. Hoje, a defesa solicitou o retorno dele para o presídio, mas o pedido foi negado pelo juiz José Agustín Delmás.

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