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Interior

Polícia acha dinamite e transfere acusado de tramar morte de Rafaat

Narcotraficante brasileiro Jarvis Gimenes Pavão foi levado ontem à noite do presídio de Tacumbú para quartel de grupo especial da polícia; dinamite em gel seria usado para explodir muralha

Helio de Freitas, de Dourados | 27/07/2016 11:50
Jarvis Pavão foi levado para quartel da polícia (Foto: ABC Color)
Jarvis Pavão foi levado para quartel da polícia (Foto: ABC Color)

O narcotraficante brasileiro Jarvis Gimenes Pavão foi transferido por volta de 22h de ontem (26) do presídio de segurança máxima de Tacumbú, em Assunção, capital do Paraguai, para o quartel de um grupo especializado da Polícia Nacional daquele país, na mesma cidade. Um forte esquema de segurança feito por 70 policiais foi montado para escoltar o bandido.

A medida foi tomada após a descoberta de um plano de fuga no presídio, que tem atualmente pelo menos 4.300 detentos, entre eles brasileiros ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital). De acordo com a polícia paraguaia, dinamite em gel foi encontrado no muro do presídio, o que reforçou a suspeita de um plano de fuga.

Preso desde 2008 e condenado por tráfico de drogas no Paraguai, Jarvis Pavão, nascido em Ponta Porã, é apontado pela polícia do país vizinho como mandante da execução do também narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, ocorrido no dia 15 de junho deste ano em Pedro Juan Caballero, cidade vizinha de Ponta Porã (MS).

Rafaat foi morto a tiros de metralhadora calibre 50 em uma operação cinematográfica que envolveu pelo menos cem pistoleiros. O carioca Sergio Lima dos Santos, acusado de manusear a arma antiaérea, também está preso em Tacumbú, mas não foi transferido.

Cinco dias após a execução, a família de Rafaat divulgou uma nota em que descarta a participação de Pavão na morte e lembrou que os dois tinham sido sócios.

A polícia afirma que Pavão se uniu ao PCC e ao Comando Vermelho para eliminar Rafaat e juntos assumirem o controle do tráfico de drogas e de armas na fronteira. Rafaat não permitia o crescimento das facções criminosas brasileiras em Pedro Juan e mandava eliminar os concorrentes.

Crise política – A transferência de Jarvis Pavão gerou uma crise política que custou o cargo da ministra da Justiça do Paraguai, Carla Bacigalupo, demitida ainda ontem à noite pelo presidente Horácio Cartes.

A demissão ocorreu após o juiz Rubén Ayala Brun revogar a decisão do presidente de autorizar a transferência de Pavão para o quartel da polícia. O pedido, feito pela advogada de Pavão, Laura Casuso, teria sido acatado pelo juiz ontem de manhã.

Cartes esperava que a ministra fizesse uma declaração pública contra o juiz e informasse o caso ao conselho de magistrados, o que não ocorreu. Até a manhã de hoje a imprensa paraguaia não sabia quem havia autorizado a transferência.

Nesta quarta-feira, o juiz Rubén Ayala Brun disse que não tentou impedir a transferência e que o caso foi um “mal entendido”.

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