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Interior

Pistoleiro envolvido em assassinato de jornalista é preso 9 anos após crime

Gustavo Benítez Gadea sofreu acidente em MS e foi levado a hospital no Paraguai, onde está sob custódia

Por Helio de Freitas, de Dourados | 09/07/2024 13:28
Gustavo Benítez Gadea, internado em hospital de Pedro Juan após acidente (Foto: ABC Color)
Gustavo Benítez Gadea, internado em hospital de Pedro Juan após acidente (Foto: ABC Color)

Foi preso nesta terça-feira (9) na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul um dos pistoleiros envolvidos no assassinato do jornalista paraguaio Pablo Medina, 53, e de sua assistente Maribel Antonia Almada Chamorro, 19. O duplo homicídio ocorreu no dia 16 de outubro de 2014.

Sob custódia policial, Gustavo Benítez Gadea, 29, está internado em um hospital de Pedro Juan Caballero, cidade-gêmea de Ponta Porã (MS).

Ele sofreu acidente de trânsito em Paranhos e foi levado para o hospital de Ponta Porã, onde apresentou documento falso em nome de Gustavo Acosta Gadea.

Como é cidadão paraguaio, Gustavo foi transferido para o Hospital Regional de Pedro Juan Caballero. No local, investigadores paraguaios descobriram sua verdadeira identidade.

Segundo a polícia paraguaia, Gustavo é enteado de Wilson Acosta Marques, outro pistoleiro que participou diretamente da execução de Pablo Medina e Antonia Almada. Ele foi capturado em 29 de março de 2020 em Campo Verde (MT) e segue preso em território brasileiro por ter dupla nacionalidade.

Gustavo e o padrasto são apontados como autores de vários crimes de pistolagem na linha internacional. Uma das vítimas teria sido o ex-prefeito do povoado de Ypejhú, Julían Nuñes Benítez, em agosto de 2014, dois meses antes da morte do jornalista.

A balística da polícia mostrou que a escopeta calibre 12 usada na execução do ex-prefeito foi a mesma utilizada para assassinar Pablo e Antonia. A pistola 9 milímetros, também usada no duplo homicídio, foi empunhada por matadores profissionais em outros casos de pistolagem na fronteira.

Jornalista – Repórter investigativo do jornal ABC Color, o mais influente do Paraguai, Medina voltava de reportagem na zona rural de Villa Ygatimi, perto de Paranhos, quando foi tocaiado na estrada.

O crime foi encomendado pelo ex-prefeito de Ypehjú (cidade separada por uma rua de Paranhos), Vilmar Acosta Marques, o Neneco, após Pablo Medina publicar reportagens ligando a família do político ao narcotráfico.

Procurado pela Justiça paraguaia, Neneco foi capturado no dia 4 de março de 2015 entre os municípios de Caarapó e Juti, em Mato Grosso do Sul. Em dezembro de 2017, foi condenado a 39 anos de reclusão e cumpre pena no Paraguai.

Além de Wilson Acosta, que é irmão de Neneco, outro autor material do duplo assassinato está preso no Brasil. Flavio Acosta Riveros, sobrinho de Neneco, foi condenado a 36 anos de reclusão pela morte de Pablo e Antonia. A sentença foi definida pelo Tribunal do Júri de Curitiba (PR), em fevereiro de 2021, seis anos após o pistoleiro ser preso em Pato Branco (PR).

O Ministério Público do Paraguai solicitou a extradição dos dois, mas os pedidos foram negados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) pelo fato de Wilson e Flavio terem dupla nacionalidade. A Constituição Federal impede a extradição de cidadãos brasileiros.

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