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Interior

Polícia investiga se adolescente fuzilado era ligado a “gente forte” do crime

Chama a atenção a ousadia dos bandidos, que invadiram Unei de Ponta Porã para resgatar Wesley da Silva

Helio de Freitas, de Dourados | 30/11/2021 12:01
Adolescente teve cabeça destroçada por tiros de fuzil e corpo foi deixado na rua. (Foto: Direto das Ruas)
Adolescente teve cabeça destroçada por tiros de fuzil e corpo foi deixado na rua. (Foto: Direto das Ruas)

Chama a atenção de policiais da fronteira a ousadia dos pistoleiros, que na madrugada de hoje (30), invadiram a Unei (Unidade Educacional de Internação) de Ponta Porã (a 323 km de Campo Grande) para resgatar o adolescente infrator Wesley Agostinho da Silva, 17. Minutos depois, ele foi fuzilado no meio da rua.

Fontes policiais ouvidas pelo Campo Grande News acreditam que Wesley, apesar da pouca idade, não era um qualquer no submundo do crime. A suspeita é que ele fosse ligado a gente forte do crime organizado presente na linha internacional entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, no Paraguai.

Wesley tinha sido preso por policiais do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) no dia 19 de dezembro do ano passado com um fuzil, uma pistola, luvas e cinco toucas ninjas. Ele foi recolhido na Unei para cumprir as medidas socioeducativas determinadas pela Justiça.

Outra suspeita é que a execução tenha sido “queima de arquivo”, para evitar que o adolescente denunciasse outros integrantes da organização criminosa ou testemunhasse sobre alguma das execuções recentes registradas na fronteira.

O resgate – Pouco depois de meia-noite, Pelo menos seis bandidos, sendo três deles armados com fuzis, pularam o muro lateral da Unei Mitaí (na entrada da cidade pela BR-463) e foram direto aos alojamentos dos servidores.

A primeira a ser dominada foi uma agente. Dois bandidos a colocaram na mira de armas, amarraram suas mãos com fio de carregador de celular e a mandaram ficar com a cabeça baixa, deitada no chão.

Os outros homens seguiram em direção às celas, onde encontraram e dominaram outros dois agentes. Eles também foram amarrados. Ameaçados, os servidores foram obrigados a revelar em qual cela estava Wesley da Silva.

Eles cortaram os cadeados da cela e retiraram o adolescente. Depois deixaram a unidade pela porta da frente. Os agentes informaram à polícia que não conseguiram ver em que carro os bandidos estavam.

Horas depois, a polícia foi informada sobre o corpo encontrado na Rua das Flores, na saída de Ponta Porã para Antônio João, do outro lado da cidade.

Com as mãos amarradas nas costas, Wesley teve a cabeça destroçada por tiros de fuzil. Partes do cérebro ficaram espalhadas em volta do corpo. Também foram recolhidas várias cápsulas deflagradas de fuzil. Ao lado do corpo, os policiais encontraram o telefone celular, levado pelos bandidos de um dos agentes da Unei.

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