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Interior

Polícia investiga se quarteto morto em chacina executou filho de traficante

Vídeo recebido hoje pelo Campo Grande News mostra 4 homens na cena da execução de Charles Gonzalez

Por Helio de Freitas, de Dourados | 07/10/2023 11:57


A chacina da madrugada deste sábado (7) na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai pode estar ligada à execução de Charles Gonzalez Coronel, 32, ocorrida no dia 21 deste mês em Pedro Juan Caballero, cidade separada por uma rua de Ponta Porã (MS). Charles era filho do narcotraficante Clemencio González Giménez, o “Gringo González”.

Vídeo recebido neste sábado pelo Campo Grande News, gravado por câmera de monitoramento no local onde Charles foi executado, mostra três homens descendo de um Sandero claro com placa do Paraguai.

Dois estavam armados com pistolas e o terceiro com fuzil. O quarto envolvido ficou no volante do veículo (veja imagens acima). Os três pistoleiros que desceram do carro tinham características físicas semelhantes aos jovens executados hoje em Ponta Porã.

Fontes da fronteira afirmam que ao lado do corpo do filho ainda caído no asfalto, Gringo teria jurado vingança. Testemunhas relatam que ele chegou a passar o sangue de Charles no peito, sinal de que iria se vingar a qualquer preço.

A reportagem apurou com policiais dos dois lados da linha internacional de que são fortes os indícios de que os mortos hoje sejam os mesmos que executaram Charles Gonzales.

Eles foram identificados como Gabriel dos Santos Peralta, 16, Xilon Henrique Vieira da Silva, 20, Luan Vinícius Cândia da Silva, 17, e Jonas Wesley Morais Deterfam, 18. Policiais paraguaios estiveram no local da chacina para ajudar a identificar as vítimas, pois havia suspeita de que um deles fosse do país vizinho.

Policiais paraguaios na casa onde quatro jovens foram executados hoje (Foto: Direto das Ruas)
Policiais paraguaios na casa onde quatro jovens foram executados hoje (Foto: Direto das Ruas)

Xilon era de Marília e Jonas de Pompéia, ambas cidades do interior paulista. Luan era de Ponta Porã. Gabriel não portava documentos e foi identificado por investigadores da Polícia Civil.

Também existe suspeita do envolvimento deles no atentado a tiros contra a casa de duas juízas de Pedro Juan Caballero, no dia 9 do mês passado.

A chacina – Os quatro jovens foram executados com tiros na cabeça quando chegavam em uma casa localizada na Rua Nespreira, 239, no Residencial Ponta Porã. Eles estavam em um Chevrolet Onix branco com placa de Ponta Porã.

Assim que chegaram da rua e desceram do carro, foram surpreendidos pelos pistoleiros. Quando o Corpo de Bombeiros e equipe da Polícia Militar entraram na garagem, o Onix ainda estava com o motor e o som ligados.

Dois homens foram mortos ao lado do carro, o terceiro perto da porta da sala e o quarto na área gourmet, perto da piscina, nos fundos da casa. Os quatro receberam vários tiros na cabeça, disparados de pistolas 9 milímetros e fuzil 5,56. Dentro da casa, os policiais encontraram três pistolas, mas as vítimas não tiveram tempo de reação.

Fontes policiais acreditam que os mandantes da execução de Charles Gonzalez escolherem os quatro para cumprir a “missão” por eles serem jovens, que não conheciam o alvo e nem a fama de Gringo Gonzalez, considerado extremamente violento.

*Matéria alterada às 13h20 para correção dos nomes das vítimas.

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