Polícia paraguaia também investiga sequestro e tortura de adolescente
Crime aconteceu na fronteira do país vizinho com Coronel Sapucaia e foi todo filmado
A polícia paraguaia também investiga o sequestro e tortura de uma adolescente de 13 anos, que aconteceu na fronteira do país com Coronel Sapucaia - a 400 quilômetros de Campo Grande. As agressões, cometidas por três mulheres, foram filmadas e divulgadas em grupos de WhatsApp.
De acordo com o delegado Fabrício Dias dos Santos, titular da Delegacia de Coronel Sapucaia, a vítima mora do lado paraguaio da fronteira e foi sequestrada pelas autoras no país vizinho, por isso um inquérito para investigar o caso também foi aberto pela polícia local.
No enquanto, depois de capturada, a jovem foi levada para Coronel Sapucaia e torturada pelas autoras. Como as agressões aconteceram no Brasil, o caso também é investigado no município. “Ontem [terça-feira] conseguimos localizar a vítima. Vou ouvi-la por carta precatória”, explicou o delegado.
Ainda segundo Fabrício, o pedido do depoimento foi feito com urgência e deve ser enviado nos próximos dias. Para o delegado, a mãe da adolescente relatou que a filha foi ameaçada mesmo após ser violentamente agredida e por isso a família decidiu se mudar.
As autoras, conforme apurado pela polícia, seriam moradoras de Coronel Sapucaia e também do Paraguai. “Usando da violência as autoras ainda roubaram o celular da vítima. Elas responderão pelo roubo, pelo sequestro e pela tortura”, explicou Fabrício.
O caso - Na filmagem recebidas pelo Campo Grande News no dia 3 deste mês, as autoras, duas diretamente envolvidas nas agressões e a terceira responsável pela gravação, afirmam que a jovem teria se envolvido com o marido de uma delas durante uma festa.
Em um dos três vídeos compartilhados, as autoras contam que o espancamento aconteceu após a adolescente passar em frente a casa de uma delas e “fazer sinal de cifre”. As agressões duraram vários minutos e no vídeo é possível ouvir a vítima implorando pelo fim das agressões, pedindo desculpa e alegando que nunca se envolveu com o marido da autora.
“Por favor, não faz isso comigo moça”, pede. A jovem é “exibida” nas imagens em três momentos. No começo do crime, durante o espancamento e após as agressões, com vários ferimentos pelo rosto. Conforme testemunhas, ela ainda teve o cabelo cortado pelas autoras durante a tortura, mas a informação será investigada pela polícia.
Após o crime, um áudio atribuído ao pai da adolescente foi divulgado. Na mensagem, supostamente enviado por WhatsApp, o homem afirma que está preso e que as suspeitas “assinaram a morte delas”.
“Eu vou sair daqui, não sei quando eu vou sair, mas eu vou sair entendeu? E vou ter que cobrar isso aí né cara? Acabaram de assinar a morte delas, entendeu? Já assinaram a morte delas”, diz no áudio.