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Interior

Polícia procura mulher que resgatou pistoleiro após assassinato de traficante

Crime ocorreu no dia 16 deste mês em Dourados; imagens mostram os três pistoleiros e a mulher em hotel

Por Helio de Freitas, de Dourados | 26/02/2024 09:39
Os dois pistoleiros presos (à frente), o ferido ainda no quarto e a mulher, no corredor (Foto: Reprodução)
Os dois pistoleiros presos (à frente), o ferido ainda no quarto e a mulher, no corredor (Foto: Reprodução)

Dez dias após o assassinato do traficante Eliston Aparecido Pereira da Silva, 51, a Polícia Civil ainda procura outros envolvidos no crime. Entre eles estão o terceiro pistoleiro responsável pela execução e que ficou ferido na troca de tiros com a vítima e a mulher, responsável em resgatá-lo no hotel onde o trio estava hospedado.

O assassinato ocorreu na manhã do dia 16, na Rua Reinaldo Bianchi, no Jardim Santa Fé, região oeste de Dourados, cidade a 251 km de Campo Grande. Dois pistoleiros foram presos em São Paulo no dia posterior ao crime, mas o terceiro criminoso conseguiu escapar.

Com exclusividade, o Campo Grande News teve acesso a detalhes das investigações feitas pela Polícia Civil. Os documentos mostram que a morte foi determinada pela facção PCC (Primeiro Comando da Capital) após Eliston perder duas cargas de cocaína que seriam enviadas para São Paulo.

Eliston foi alvo dos tiros quando saía de casa em uma picape Fiat Toro branca. Quando ele estava ainda na garagem, os três pistoleiros pararam em um Fox prata em frente à casa e começaram a atirar. Armado com uma pistola calibre 380, Eliston trocou tiros com os bandidos, feriu um deles na mão esquerda, mas foi atingido com pelo menos 13 disparos e morreu quando era levado pela esposa ao hospital.

Identificados através de imagens de câmeras, o brasileiro Igor Franco Ortiz, 23, e o paraguaio Fábio Armindo Cabral Irala, 33, fugiram de ônibus para São Paulo (SP), onde foram presos no dia seguinte. De acordo com a polícia, eles são "sicários" da facção. No Paraguai, o termo é usado para definir matadores de aluguel.

O terceiro pistoleiro, o que ficou ferido na mão esquerda, foi resgatado do hotel por uma mulher não identificada. Ela conduzia um Fiat Bravo preto com placa de Osasco (SP). Imagens de câmeras do hotel mostram os quatro no interior do estabelecimento, localizado na Avenida Weimar Gonçalves Torres. Os três pistoleiros estavam hospedados no local há pelo menos três dias.

Momento em que pistoleiros, ao lado de Fox prata, atiravam em traficante na garagem (Foto: Reprodução)
Momento em que pistoleiros, ao lado de Fox prata, atiravam em traficante na garagem (Foto: Reprodução)

Resgate - Monitoramento feito pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) e fornecido à Polícia Civil revelou que a mulher saiu de Ponta Porã no Fiat Bravo, veio até Dourados para resgatar o pistoleiro ferido e depois retornou para a fronteira, possivelmente para que o criminoso recebesse atendimento médico em território paraguaio. O carro está registrado em nome de um homem já investigado por tráfico, mas não aparece nas gravações junto com os pistoleiros.

Segundo a investigação, Igor e Fabio saíram do hotel por volta de meio-dia do dia 16 e foram a pé até o terminal rodoviário de Dourados, onde embarcaram em ônibus para a capital paulista. Para não demonstrar que viajam juntos, ocuparam as poltronas 2 e 17.

Os dois desembarcaram no terminal da Barra Funda por volta de 9h30 (de MS). Em seguida, foram presos pela Polícia Militar paulista e trazidos para Mato Grosso do Sul em avião do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado). No mesmo dia, foram transferidos para Dourados, onde seguem presos.

Segundo a Polícia Civil, o grupo de pistoleiros tinha como missão sequestrar, torturar e matar Eliston e a mulher dele, de 25 anos de idade. No Fox prata abandonado a 1.500 metros da casa das vítimas, foram encontrados alicate, fita adesiva, abraçadeiras conhecidas como “enforca gato” e até uma escada.

A polícia acredita que os bandidos tinham a intenção de entrar na casa escalando o muro e depois render Eliston e a mulher, para torturá-los e matar o casal.

Só que o plano inicial não foi colocado em prática porque Eliston estava saindo de carro no momento em que os pistoleiros chegaram. Segundo depoimento da mulher, ele estava levando a cachorra para o petshop.

A esposa de Eliston confirmou que o marido era envolvido com o narcotráfico e tinha a função de organizar a vinda de cocaína da fronteira e depois despachar para São Paulo.

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