Policiais usaram cartões de pecuarista para fazer compras em shopping
Agentes da Senad são acusados de desviarem ao menos 30 mil dólares das contas de Orlando Vendramini Neto
Agentes especiais da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) foram às compras em um shopping center do Paraguai usando os cartões de crédito e de débito do pecuarista sul-mato-grossense Orlando Vendramini Neto, 64.
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Agentes da Senad, no Paraguai, usaram cartões de crédito do pecuarista Orlando Vendramini Neto para compras em shopping, após sua prisão em janeiro. Vendramini, acusado de homicídio, foi expulso do Paraguai e está preso no Brasil. Compras ilegais, incluindo eletrônicos e roupas de grife, somaram 30 mil dólares. A promotoria de crimes informáticos identificou os agentes como responsáveis pelos gastos. Um agente foi preso. O caso destaca corrupção e abuso de poder por parte das autoridades paraguaias.
Capturado no dia 22 de janeiro deste ano em Mariano Roque Alonso, na região metropolitana de Asunción, Orlando estava com a prisão decretada pela Justiça de Mato Grosso do Sul, acusado de ser o mandante do assassinato do também criador de gado Valdereis Rodrigues de França, 61.
O crime ocorreu no dia 5 de novembro do ano passado em Sete Quedas (a 468 km de Campo Grande), cidade separada por uma rua de Pindoty Porã, no Paraguai. Valdereis foi morto a tiros por dois pistoleiros de moto.
No dia seguinte à prisão, o pecuarista foi oficialmente expulso do Paraguai e entregue a policiais federais brasileiros na Ponte da Amizade. Levado para Foz do Iguaçu (PR), ele foi transferido para Dourados no dia 28 e atualmente está na penitenciária estadual da cidade.
Cinco dias após a prisão, em 27 de janeiro, o saldo em dólares e guaranis das contas de uma empresa de Orlando começou a desaparecer. O filho dele percebeu que os cartões do pai continuavam sendo usados, mesmo com ele preso, já em território brasileiro.
O advogado Hugo López, representante de Orlando em território paraguaio, afirmou que os gastos ilegais praticados pelos agentes da Senad chegam a 30 mil dólares, o equivalente a R$ 173 mil pela cotação de ontem.
A promotora de crimes informáticos Irma Llano e policiais do departamento de cyber crime descobriram que os próprios agentes responsáveis pela prisão de Orlando Vendramini Neto no estacionamento do shopping de Mariano Roque Alonso foram os responsáveis por esvaziarem as contas do pecuarista.
Entre as compras feitas pelos policiais com os cartões de Orlando estão um relógio inteligente Apple Watch, um Play Station 5, camisetas e tênis de grife. Esses gastos somaram 778 dólares, pagos com dinheiro da conta em nome da empresa Acres S.A.
Segundo a investigação, os agentes pediram para a nota fiscal das compras ser emitida em nome da empresa, com sede em território paraguaio. Até o momento, apenas o agente Victor Alejandro Miguel Barreto Cardenas, 25, foi preso.
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