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Interior

Preso em operação, dono de lava-rápido diz que só guardava colheitadeira

Alex Sandro Cambuy Leite foi preso em flagrante por receptação e posse de 15 munições calibre 38

Helio de Freitas, de Dourados | 04/11/2022 09:28
Alex Sandro Cambuy Leite é conduzido por policiais logo após ser preso ontem (Foto: Adilson Domingos)
Alex Sandro Cambuy Leite é conduzido por policiais logo após ser preso ontem (Foto: Adilson Domingos)

Preso ontem (3) por suspeita de integrar organização criminosa que negocia colheitadeiras agrícolas roubadas ou adquiridas através de golpes, o empresário Alex Sandro Cambuy Leite, 40, negou ligação com o esquema.

A quadrilha é alvo da Operação Plaga (golpe, em latim), desencadeada ontem pela Polícia Civil e PRF (Polícia Rodoviária Federal). Seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Dourados, Fátima do Sul e Naviraí. Três colheitadeiras foram apreendidas.

Em depoimento à Polícia Civil em Dourados, Alex Sandro disse que a colheitadeira New Holland modelo 23F encontrada em seu lava-rápido foi deixada no pátio do estabelecimento por homem identificado por “Kenedy”.

Ouvido pelo delegado Erasmo Cubas, chefe do SIG (setor de Investigações Gerais), Alex Sandro alegou não saber que o maquinário era de origem ilícita e disse que não estava ganhando nada para guardar a colheitadeira em seu lava-rápido, localizado na margem da BR-163, na saída de Dourados para Campo Grande.

Conforme sua versão, Kenedy teria deixado a colheitadeira no lava-rápido há quase um mês por não ter outro local para guardar o equipamento. Segundo ele, Kenedy teria dito que o equipamento era legal e tinha documentação.

Alex Sandro disse ainda que nos últimos dias, homem conhecido como Wanderley teria ido algumas vezes ao lava-rápido para mostrar a colheitadeira a interessados na compra.

No depoimento à polícia, ele alegou não saber se essa pessoa se tratava se Wanderley Esquível da Silva, outro empresário de Dourados que foi alvo dos mandados cumpridos ontem.

Dono de uma loja de peças usadas na Avenida Weimar Gonçalves Torres, Wanderley foi preso por porte ilegal de revólver calibre 38, mas pagou fiança e foi solto ainda ontem.

Munições – Alex Sandro Cambuy Leite também foi autuado em flagrante por posse irregular de 15 munições calibre 38, encontradas na gaveta de seu escritório no lava-rápido. Ele negou ser o dono das munições e disse que não sabia que os cartuchos estavam na gaveta.

A polícia também encontrou R$ 4.850 em dinheiro vivo no escritório. O empresário disse que o dinheiro seria usado para pagamento dos funcionários que prestam serviço no local através de convênio com o regime semiaberto.

Apesar de Alex Sandro alegar não ter envolvimento com o esquema, o Campo Grande News apurou com fontes policiais que ele próprio estava mostrando a colheitadeira a possíveis compradores. Ainda segundo essas fontes, o empresário também tinha pleno conhecimento que o maquinário tinha sido trazido de Naviraí e deixado no local para ser vendido.

A polícia ainda aguarda a apresentação de Rubens Fernando Alves, 32, o “Rubinho”, morador em Naviraí. Ele também é alvo da operação. Segundo a investigação policial, Rubinho é peça-chave no esquema.

No mês passado, ele foi denunciado por produtor rural de Jardim por comprar por R$ 1 milhão uma colheitadeira da marca Case e pagar com cheque sem fundo. O maquinário tinha sido vendido por Wanderley para produtor rural de Fátima do Sul e foi apreendida ontem.

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