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Interior

Protesto do MST causa congestionamento apesar de liberação a cada 21 minutos

Jéssica Benitez e Paula Maciulevicius | 21/06/2013 10:45
Manifestantes do MST bloqueiam BR 163 (Foto: Cleber Gellio)
Manifestantes do MST bloqueiam BR 163 (Foto: Cleber Gellio)

O protesto do MST (Movimento Sem Terra) realizado na BR 163, próximo ao distrito de Anhanduí, provoca, pelo menos, 3 quilômetros de congestionamento na altura do km 410 ao 413. Para que a situação não se agrave, os manifestantes liberam o trafego de 20 em 20 minutos, conforme adiantou a Polícia Rodoviária Federal. A fila é composta principalmente por caminhões e carretas.

A orientação é que os condutores permaneçam dentro dos veículos e não sigam na contramão porque o transito pode ser liberado repentinamente causando acidentes. O aposentado Sebastião de Arruda Neto, 70 anos, segue com a esposa de Campo Grande para Dourados e não concorda com a manifestação feita desta forma. “Isso é um absurdo. Eles estão atrapalhando bastante. Acho que todos os motoristas devem se juntar e ir até lá para forçar a liberarem o caminho”, disse.

O caminhoneiro Gilberto Madalozo, 40 anos, está transportando soja de Sidrolândia para o porto de Santos (SP). Ele contou que cumpre horário pré-agendado, mas não acredita que será prejudicado pela manifesto. “No começo achei que era acidente. Em minha opinião os caras deviam reivindicar diretamente para o Governo Federal e não atrapalhar quem está trabalhando”, avaliou.

Causas - O MST (Movimento Sem Terra) está realizando protesto desde as 6h na BR-163 próximo ao distrito de Anhanduí. Eles fecharam a via e já geraram um congestionamento de 12 km no local. De acordo com informações apuradas pela reportagem, a manifestação irá se estender por toda manhã em função do atraso da entrega do assentamento na fazenda Nazaré e da falta de infraestrutura disponível para o local.

De acordo com a coordenadora do MST, Tiliana Bruneto, aproximadamente 97 famílias estão no local e esperam que o Incra/MS (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) finalize o processo de assentamento na fazenda Nazaré. “Já foi confirmado à desapropriação, o recurso já está disponível, mas a questão ainda está parada, esta manifestação tem o objetivo de pressionar o poder público”, destacou ela.

Histórico – No dia 7 de julho o Incra/MS (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) protocolou ação de desapropriação de área de 2,4 mil hectares, após três anos sem poder realizar reforma agrária em Mato Grosso do Sul. A entidade estava suspensa de atuar desde os escândalos da Operação Telos, da Polícia Federal, realizados em 2009, que desarticulou um esquema de compra e venda de terras que seriam voltadas a reforma agrária.

A primeira ação será na fazenda Nazaré, localizada em Sidrolândia, ela irá comportar 187 famílias, em uma área de 24 mil hectares. O proprietário, o ex-secretário estadual que atuou na gestão de Wilson Barbosa Martins, Plínio Rocha, aceitou a proposta da entidade e não vai recorrer da decisão. O ex-secretário irá receber R$ 16,4 milhões pela área.

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