Residencial é invadido e contemplados protestam temendo perder casas
Famílias invadiram a terceira etapa do residencial Dioclécio Artuzi; sorteados estão na prefeitura e cobram desocupação das casas
Temendo perder as casas para as quais foram sorteados e invadidas no final de semana por famílias de sem-teto, contemplados com moradias no residencial Dioclécio Artuzi III protestam nesta manhã no CAM (Centro Administrativo Municipal), sede da prefeitura de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande.
Construído através do programa “Minha Casa, Minha Vida”, em parceria entre a Caixa Econômica Federal e a prefeitura, o residencial fica próximo ao Jardim Guaicurus, na margem da rodovia MS-156, que liga ao Distrito Industrial de Dourados. Seis residenciais estão sendo construídos nessa região e três já foram entregues.
A terceira etapa do Dioclécio Artuzi começou a ser construída em 2013 e o sorteio das famílias contempladas com as casas ocorreu em dezembro. Com 36 metros quadrados de área construída, as casas ainda estão na fase de acabamento e não há data definida para a entrega. A construção é feita por uma empresa contratada pela Caixa.
No sábado à tarde, famílias que moram em bairros da periferia, mas que não foram ainda contempladas com moradias dos programas habitacionais do governo, chegaram em caminhões e caminhonetes e entraram nas casas. Líderes do movimento afirmam que algumas pessoas se inscreveram na prefeitura há mais de dez anos e nunca foram sorteadas.
Algumas casas invadidas teriam sido depredadas. Peças dos sanitários teriam sido furtadas. Por lei federal, quem invade casas dos programas do governo ficam proibidas de serem contempladas com moradias.
Na prefeitura – Revoltadas com a invasão das casas, as famílias contempladas no sorteio do ano passado, algumas já com contrato assinado com a Caixa, foram para a prefeitura na manhã de hoje cobrar providências. Uma comissão foi recebida pelo secretário municipal de Governo, José Jorge Filho. Elas cobram a desocupação das moradias e uma definição imediata para a entrega.
Ao Campo Grande News, ele informou que a prefeitura não tem controle sobre a entrega das casas e que eventual pedido de reintegração deve ser feito pela Caixa ou pela empresa responsável pela obra, já que o residencial ainda não foi entregue oficialmente.
Em seguida, todas as pessoas que foram à prefeitura se reuniram no auditório do CAM com o secretário municipal de Planejamento, Luis Roberto Martins de Araújo, que explicou qual o papel do município nessa questão.
O superintendente da Caixa em Mato Grosso do Sul, Paulo Antunes Siqueira, informou que todas as providências legais já estão sendo tomadas.