Selvíria deve responder por 30% da produção nacional com frigorífico da Tilabras
O empreendimento da Tilabras em Selvíria, na região de Três Lagoas terá investimento quase sete vezes maior. Em julho deve ser lançada a pedra fundamental do frigorífico. É a partir da produção em Selvíria, projetada em 50 toneladas/dia, que Mato Grosso do Sul deve avançar para a primeira posição no ranking da tilápia.
A empresa, formada pela americana Reagal Springs e a brasileira Axial, pretende gerar 800 empregos diretos. O projeto prevê a instalação de 821 tanques rede para produção de tilápias, com meta de produção de 25 mil toneladas/ano.
Quando o frigorífico estiver em plena operação, a produção pode chegar a 100 mil toneladas/ano, gerando um faturamento anual de R$ 1 bilhão por volta de 2020, daqui a dois anos e meio.
Esse volume corresponderá, segundo a Tilabras, a 30% da produção brasileira de tilápia, tornando a multinacional a maior produtora individual do mundo e, futuramente, o maior frigorífico de peixes do mundo.
A expectativa é que esse crescimento, até a plena produção, ocorra no período de sete anos em todos os setores da cadeia, que vai da incubação (laboratório), classificação de alevinos, produção (engorda), processamento (frigorífico) e distribuição.
O processo industrial inclui, ainda a fábrica de ração, produção de biodieses e laboratório de vacinas. A Tilabras considera as águas do rio Paraná o melhor lugar do mundo para o cultivo de tilápia. Água em abundância e na temperatura ideal. É tudo que os produtores precisam para obter alta produtividade no cultivo de tilápia. Condições que Mato Grosso do Sul oferece como nenhuma outra região.
Em comunicado sobre o empreendimento, a diretoria da Tilabras informa que “além da qualidade e do fornecimento de água, encontramos um lugar com os fatores climatológicos mais adequados: A temperatura, a precipitação, as horas de sol bem como a velocidade e direção do vento são todos fatores que ressaltam intensamente a seleção deste local único em Mato Grosso do Sul. Além disso, a localização permite uma operação tranquila para nossos negócios, de maneira muito econômica e uma exportação sem dificuldades da tilápia perfeita para o mundo todo”.
Graças à articulação do Governo do Estado, por intermédio da Semagro, o MAPA licitou a concessão dos parques aquícolas nos lagos das hidrelétricas na divisa MS-SP.
Nessa nova empreitada, vão atuar das duas líderes na produção de tilápia - Tilabras e GeneSeas. As duas empresas vão instalar 554 hectares de tanques-rede. Para tanto, vão pagar outorga de R$ 2.14 milhões pelo direito de uso dos lagos por 20 anos.
O entusiasmo do governo com a outorga das águas do Paraná se justifica pela quantidade de peixe que será possível tirar desses tanques-rede.
O Paraná, atual campeão brasileiro de piscicultura, produziu 93.600 toneladas no ano passado, segundo dados do Anuário Brasileiro de Piscicultura elaborado pela Associação Brasileira de Piscicultura.
Mato Grosso do Sul – segundo o mesmo Anuário – figurava na nona posição com 24.150 toneladas/ano de pescado e pode saltar para a primeira posição já no próximo ano. “Esses projetos redefinem o patamar da piscicultura no Estado”, destaca o secretário Jaime Verruck.
“Nosso foco, agora, é o encadeamento produtivo da piscicultura. Vamos buscar integrar os produtores da região e também de outras regiões do Estado”, conclui Verruck.
O superintendente do Ministério da Agricultura no Estado, Celso Martins, disse que já há outros sete projetos parecidos para a mesma região e a perspectiva é que a piscicultura ganhe impulso e se torne um novo carro-chefe da economia estadual. “Junto com esses projetos vem o produtor de ração, o frete, os entrepostos. São milhares de empregos diretos e indiretos e um aumento considerável na renda”.
