Setor de bares e restaurantes critica “lockdown” em Dourados
Entidade classificou as medidas adotadas pela prefeitura como "inconcebível e sem fundamento científico"
A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), emitiu nota de repudio contra o fechamento de bares e restaurantes por 14 dias em Dourados, a 233 quilômetros de Campo Grande, como medida de prevenção para a transmissão da covid-19.
No entendimento da entidade, a ação anunciada pela prefeitura provocará mais prejuízos para o setor, que já acumula perdas econômicas desde o ano passado, quando teve início a pandemia da covid-19 em todo território brasileiro.
“Bares e restaurantes seguem rígidos protocolos de segurança e empregam dezenas de pessoas que ficarão sem o sustento de suas famílias. Sem poder trabalhar, empresários e funcionários não terão como se manter nesses 14 dias e muitos sequer conseguirão reabrir as portas, após o lockdown”, informou em nota o presidente da regional sul, Marcos Enéias Pereira.
Outro ponto criticado pela associação é a proibição de entregas via delivery na cidade, que segundo o presidente se trata de uma medida "inconcebível e sem fundamento científico". “O setor precisa de alternativa e o sistema de entregas é consenso entre os órgãos competentes, até mesmo a OMS, como a melhor possibilidade para atender a alimentação da população”, contesta Enéias.
“Lockdown” - Para tentar frear o contágio da covid-19 a prefeitura de Dourados emitiu decreto determinando “lockdown” por 14 dias que passará a valer a partir de domingo (30) e seguirá até o dia 12 de junho.
Supermercados, açougues e padarias poderão funcionar de segunda a sábado até às 18h. No domingo, o funcionamento será até 14h. As distribuidoras de água e gás podem funcionar de segunda a sábado até 18h. Postos de gasolina e farmácias podem funcionar 24 horas por dia. Também haverá “lei seca” de 14 dias, com proibição de venda de bebida alcoólica nos supermercados.
De acordo com a prefeitura, a medida severa é necessária diante do agravamento da pandemia, com quase 200 novos casos da doença por dia e média de 50 pessoas na fila de espera por uma vaga de UTI.