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Interior

Subtenente da PM preso em operação da PF teve filho assassinado em 2017

Cerca de 211 policiais federais cumprem 22 mandados de prisão preventiva para desarticular quadrilha de tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro em cinco estados

Geisy Garnes e Viviane Oliveira | 25/06/2018 09:10
Molina foi preso nesta manhã em Eldorado  (Foto: Reprodução/Facebook)
Molina foi preso nesta manhã em Eldorado (Foto: Reprodução/Facebook)

A operação Laços de Família, realizada pela PF (Polícia Federal) na manhã desta segunda-feira (25), prendeu preventivamente o subtenente Silvio César Molina Azevedo, lotado no Batalhão da Polícia Militar de Eldorado - a 447 quilômetros de Campo Grande.

Conforme apurado pelo Campo Grande News, o militar é um dos alvos da operação que têm como objetivo o combate a uma organização criminosa que “lavava” o dinheiro do tráfico por meio de joias, veículos de luxo, “laranjas” e empresas de fachadas, na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.

Segundo o Portal da Transparência de Mato Grosso do Sul no mês de maio, o subtenente teve salário de R$ 10.145,40 e recebeu líquido R$ 7.619,22.

Até o ano passado, Molina era policial em Mundo Novo. De acordo com a Polícia Militar, o subtenente está na delegacia da Polícia Federal de Naviraí e, "após os trâmites legais, será conduzido por equipe da PM ao Presídio Militar Estadual em Campo Grande".

Em junho do ano passado, o filho de Molina foi assassinado em uma lanchonete no centro de Mundo Novo. Jefferson Henrique Piovezan Azevedo Molina tinha 25 anos e estava com um grupo de amigos quando dois homens chegaram ao local em uma motocicleta. O piloto teria disparado pelo menos 10 vezes contra o rapaz, que foi socorrido, mas não resistiu.

Além do militar, um comerciante da região também foi preso durante a operação. O nome do alvo ainda não foi divulgado.

Operação - Cerca de 211 policiais federais cumprem 22 mandados de prisão preventiva para desarticular quadrilha de tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro, cujo o núcleo está instalado na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.

Os principais cabeças são da mesma família, de forma assemelhada à máfia, além de ter ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital). No total, são 38 investigados. As penas somadas dos crimes cometidos, atingem aproximadamente 35 anos de prisão

A Operação Laço de Família, que além de MS acontece simultaneamente nos Estados do Paraná, São Paulo, Goiás e Rio Grande do Norte cumpre 210 mandados. Somente neste mês, esta é a terceira operação contra o PCC no Estado.

Segundo a investigações da Delegacia de Polícia Federal de Naviraí, grandes carregamentos de drogas vindos da fronteira eram levados para várias regiões do Brasil, geralmente escondidos em caminhões e carretas com cargas aparentemente lícitas - a serviço da criminalidade. Durante a investigação foram apreendidas duas toneladas de maconha com a organização.

Conforme a polícia, a estratégia garantia “vida luxuosa e nababesca [requintada] aos patrões do tráfico internacional de drogas, que incutiam o temor e o silêncio na região, pela sua violência e poderio”. Também eram utilizados helicópteros para transportar joias.

A Justiça Federal da 3ª Vara de Campo Grande expediu contra a organização criminosa 20 mandados de prisão preventiva, dois mandados de prisão temporária, 35 mandados de busca e apreensão em residências e empresas, 136 mandados de sequestros de veículos terrestres, sete mandados de sequestro helicópteros, cinco mandados de sequestro de embarcações de luxo, 25 mandados de sequestro de imóveis (apartamentos, casas, sítios, imóveis comerciais). Só na fase de investigação, o grupo perdeu R$ 61 milhões.

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