Alvos da PF, chefões do tráfico têm 7 helicópteros e perdem R$ 61 milhões
Segundo Polícia Federal, estratégia de lavar dinheiro dava "vida luxuosa e nababesca aos patrões do tráfico internacional de drogas, que incutiam o temor e o silêncio"
A operação Laços de Família, em que a PF (Polícia Federal) cumpre 22 mandados de prisão nesta segunda-feira (dia 25), investiga organização criminosa que “lavava” o dinheiro do tráfico por meio de joias, veículos de luxo, “laranjas” e empresas de fachadas. Só na fase de investigação, o grupo perdeu R$ 61 milhões.
Agora, as ordens judiciais incluem sequestro de sete helicópteros, sendo uma das aeronaves usadas para levar Gegê do Mangue e Paca, lideranças da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), para execução.
Conforme a polícia, a estratégia garantia “vida luxuosa e nababesca [requintada] aos patrões do tráfico internacional de drogas, que incutiam o temor e o silêncio na região, pela sua violência e poderio”. Também eram utilizados helicópteros para transportar joias.
Os líderes são de uma mesma família, comparada a uma máfia, e tinha estreita ligação com o PCC. A atuação era na região Sul do Estado, na fronteira com o Paraguai.
Durante a investigação, a Polícia Federal apreendeu R$ 317.498,16 em dinheiro, joias avaliadas em R$ 81.334,25, duas pistolas, 27 toneladas de maconha, duas caminhonetes e 11 veículos de transporte de carga.
Nesta etapa antes da operação, o prejuízo a quadrilha foi calculado em R$ 61 milhões. A Receita Federal fez a análise da evolução patrimonial e identificação de bens e empresas dos envolvidos.
Autorizados pela 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande, os mandados de busca e apreensão ajudam a dimensionar o tamanho do patrimônio do grupo: 136 ordens de sequestros de veículos, sete mandados para apreender aeronaves (helicópteros), cinco mandados de sequestro de embarcações de luxo e 25 mandados de sequestro de imóveis (apartamentos, casas, sítios, imóveis comerciais). As ordens judiciais são cumpridas em MS, Paraná, São Paulo, Goiás e Rio Grande do Norte.
Execução - Rogério Jeremias de Simone (Gegê do Mangue) e Fabiano Alves de Souza (Paca) foram encontrados mortos no último dia 16 de fevereiro em uma reserva indígena de Fortaleza, capital do Ceará.