Temendo medidas mais duras, professores suspendem greve após 23 dias
Decisão foi tomada em assembleia logo após prefeitura pedir para TJMS endurecer punições aos grevistas
Professores e servidores administrativos da Rede Municipal de Ensino voltam ao trabalho nesta quarta-feira (6) depois de quase um mês de greve em Dourados (a 233 km de Campo Grande). Iniciada no dia 14 de março, a paralisação foi suspensa em assembleia na tarde de hoje, na sede do Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação).
A reportagem apurou que foi fundamental para a suspensão o requerimento entregue hoje pela Procuradoria-Geral do Município ao TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) pedindo medidas mais duras contra a greve.
Além de reforçar o pedido para aumento da multa de R$ 50 mil por dia de greve – determinada pelo TJMS antes mesmo do início da paralisação – o município solicitou “outras medidas judiciais coercitivas”.
No documento, o procurador-geral Paulo César Nunes da Silva e o procurador-geral adjunto Ilo Rodrigo de Farias Machado afirmam que o sindicato descumpre reiteradamente a decisão judicial “sem nenhum sinal que irá cumpri-la”. Liminar do TJ considerou a greve ilegal, mas a paralisação foi mantida mesmo assim.
O Campo Grande News apurou que os grevistas temiam que a prefeitura pedisse à Justiça o desconto dos salários dos dias sem aula e decidiram suspender a greve.
Em nota enviada pela assessoria de imprensa, o Simted confirmou a suspensão da greve e que os educadores retornam amanhã para as unidades de ensino. “A categoria protocolou hoje nova contraproposta. O jurídico do Simted pediu mediação junto ao TJMS e a categoria aguarda que o prefeito avance com as negociações”.
O magistério reivindica reajuste de 33,24% do piso nacional – autorizado neste ano pelo Ministério da Educação – e os administrativos cobram 10,6% de reposição da inflação do ano passado. A prefeitura propõe 18,86% de reajuste aos professores, pagos em três parcelas até o final deste ano.