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Interior

Temendo medidas mais duras, professores suspendem greve após 23 dias

Decisão foi tomada em assembleia logo após prefeitura pedir para TJMS endurecer punições aos grevistas

Helio de Freitas, de Dourados | 05/04/2022 19:18
Educadores de Dourados durante assembleia que decidiu pela suspensão da greve (Foto: Divulgação)
Educadores de Dourados durante assembleia que decidiu pela suspensão da greve (Foto: Divulgação)

Professores e servidores administrativos da Rede Municipal de Ensino voltam ao trabalho nesta quarta-feira (6) depois de quase um mês de greve em Dourados (a 233 km de Campo Grande). Iniciada no dia 14 de março, a paralisação foi suspensa em assembleia na tarde de hoje, na sede do Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação).

A reportagem apurou que foi fundamental para a suspensão o requerimento entregue hoje pela Procuradoria-Geral do Município ao TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) pedindo medidas mais duras contra a greve.

Além de reforçar o pedido para aumento da multa de R$ 50 mil por dia de greve – determinada pelo TJMS antes mesmo do início da paralisação – o município solicitou “outras medidas judiciais coercitivas”.

No documento, o procurador-geral Paulo César Nunes da Silva e o procurador-geral adjunto Ilo Rodrigo de Farias Machado afirmam que o sindicato descumpre reiteradamente a decisão judicial “sem nenhum sinal que irá cumpri-la”. Liminar do TJ considerou a greve ilegal, mas a paralisação foi mantida mesmo assim.

O Campo Grande News apurou que os grevistas temiam que a prefeitura pedisse à Justiça o desconto dos salários dos dias sem aula e decidiram suspender a greve.

Em nota enviada pela assessoria de imprensa, o Simted confirmou a suspensão da greve e que os educadores retornam amanhã para as unidades de ensino. “A categoria protocolou hoje nova contraproposta. O jurídico do Simted pediu mediação junto ao TJMS e a categoria aguarda que o prefeito avance com as negociações”.

O magistério reivindica reajuste de 33,24% do piso nacional – autorizado neste ano pelo Ministério da Educação – e os administrativos cobram 10,6% de reposição da inflação do ano passado. A prefeitura propõe 18,86% de reajuste aos professores, pagos em três parcelas até o final deste ano.

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