Sem acordo com prefeitura, professores entram na quarta semana de greve
Nesta segunda-feira, educadores fazem novo protesto na MS-156, entre Dourados e Itaporã
A greve de professores e administrativos da Rede Municipal de Ensino de Dourados (a 233 km de Campo Grande) entrou hoje (4) na quarta semana. São pelo menos 33 mil alunos de escolas e centros de educação infantil sem aula desde o dia 14 de março.
Nesta segunda-feira, os grevistas fazem novo bloqueio da MS-156, na saída para o município de Itaporã. Com apoio de educadores de escolas indígenas, o protesto inclui fechamento dos dois sentidos da rodovia. Segundo os manifestantes, a estrada será liberada parcialmente a cada intervalo de meia hora.
O magistério reivindica reajuste de 33,24% do piso nacional – autorizado neste ano pelo Ministério da Educação – e os administrativos cobram 10,6% de reposição da inflação do ano passado.
A prefeitura propõe pagar o reajuste do piso em três parcelas e assume o compromisso de mandar projeto para a Câmara de Vereadores em maio para implantar o piso nacional para 20 horas semanais de forma escalonada até 2024.
Na sexta-feira, a administração municipal reuniu 46 diretores de escolas municipais para esclarecer o processo de negociação com o Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação).
“Estamos sendo transparentes com os números e explicando que para chegar na proposta de 18,86% durante o ano, o município está no limite financeiro e principalmente fiscal para atender os pleitos dos professores de uma única vez”, disse o prefeito Alan Guedes (PP).
Já o então secretário de Governo Henrique Sartori (ele deixou a pasta na sexta-feira e virou assessor especial do gabinete) disse que o município tem condições de ofertar o reajuste de forma escalonada durante este ano, atingindo assim o piso nacional de R$ 3.846,00 para 40 horas semanais.
Alan Guedes lembrou ter assumido compromisso com os professores de avançar na meta de transformar o piso de 40 horas para 20 horas semanais a partir do ano que vem. “Também assumi compromisso de criar fórum permanente de negociação para que professores e poder público possam trabalhar juntos em melhorias para a educação municipal”, reforçou.