Mesmo com liminar do TJ, professores iniciam greve em escolas municipais
Sindicato diz que ainda não foi notificado sobre decisão e grevistas fazem ato na Praça Antônio João
Mesmo com decisão contrária da Justiça, professores da Rede Municipal de Ensino de Dourados (a 233 km de Campo Grande) iniciaram greve nesta segunda-feira (14). Eles reivindicam da prefeitura reajuste de 33,24% do piso nacional.
Servidores administrativos de escolas e centros de educação infantil também aderiram à greve para reivindicar 10,6% de reposição da inflação do ano passado. A prefeitura ofereceu 5%.
A Secretaria de Educação ainda não tem levantamentos sobre a adesão à greve, mas a reportagem apurou que a maioria das escolas e centros de educação infantil está aberta e recebeu alunos. Entretanto, dezenas de educadores já aderiram e se reuniram na Praça Antônio João em protesto para marcar o primeiro dia da paralisação.
Já o Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação) informou através da assessoria de imprensa que a adesão à greve é de 90%. Ainda segundo o sindicato, às 13h, haverá rodada de negociação na prefeitura e, às 15h, tem assembleia para discutir os rumos da paralisação.
Os educadores afirmam que o prefeito Alan Guedes (PP) não tem avançado na negociação salarial com a categoria. O sindicato aponta defasagem de 60% nos salários dos professores desde 2017. “Hoje, a Prefeitura de Dourados paga abaixo do Piso Nacional para 20 horas”, afirma o Simted.
Ilegal – No sábado (12), o desembargador Sérgio Fernando Martins, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, acatou recurso do município declarando a greve ilegal e estipulou multa de R$ 50 mil para cada dia de descumprimento da decisão.
O secretário de Governo e Gestão Estratégica Henrique Sartori alegou que a prefeitura recorreu à Justiça para evitar prejuízos aos 33 mil alunos da rede municipal.
Em nota enviada ontem, a prefeitura informou que todas as unidades de ensino do município estariam abertas hoje e prontas para receber os alunos.
“A Prefeitura de Dourados destaca que, mesmo após a decisão do Tribunal de Justiça, que considerou a greve dos professores ilegal, respeita a mobilização dos docentes. No entanto, reitera que as negociações salariais ainda estão em andamento, sendo a greve considerada ilegal pela Justiça”, diz a assessoria de Alan Guedes.
Ainda segundo a prefeitura, a negociação continuará durante a semana, “de forma clara, respeitosa e transparente como sempre foi”.