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Cidades

Irmãos empresários da Capital eram chefes de tráfico internacional

Viviane Oliveira e Guilherme Henri | 09/06/2016 11:56
Delegados Leonardo e Fabrício explicam como agia a quadrilha.  (Foto: Marcos Ermínio)
Delegados Leonardo e Fabrício explicam como agia a quadrilha. (Foto: Marcos Ermínio)

Três irmãos empresários de Campo Grande são apontados como chefes do narcotráfico internacional, de acordo com a Polícia Federal. Dois deles foram presos na cidade e um no Estado de São Paulo. No total, 17 pessoas foram detidas, 30 veículos de luxo e 10 armas aprendidas durante a Operação Nevada, desencadeada na manhã desta quinta-feira (9), para desarticular a quadrilha de tráfico de cocaína e lavagem de dinheiro.

Os criminosos atuavam na Capital, Bonito e Bodoquena, além de cidades dos Estados de São Paulo e Mato Grosso. A maior parte dos lucros do crime passava por um “testa de ferro”, proprietário da Inove Veículos, garagem de compra e venda de veículos, na Avenida Rodolfo José Pinho, que já movimentou R$ 14 milhões. Ele também foi preso nesta manhã.

Durante coletiva realizada na sede da PF, os delegados Leonardo Mazotti e Fabrício Martins Rocha explicaram que o “testa de ferro” era quem fazia as movimentações para lavar o dinheiro. O esquema funcionava assim: a quadrilha encomendava a droga da Bolívia, que vinha de avião. O entorpecente era lançado pela aeronave em propriedades rurais de Bodoquena e Bonito. Membros da quadrilha eram responsáveis por pegar a cocaína e deixar armazenada nas imediações

Depois disso, o entorpecente era levado em caminhões e carros de passeio por estradas rurais com destino a São Paulo, onde já tinha um comprador. “O que chama a atenção e o “testa de ferro” que declarava a renda mensal de R$ 6,5 mil. No entanto, de 2011 a 2014, o dono da garagem chegou a movimentar três contas em seu nome no valor de R$ 14 milhões”, dizem os delegados.

Movimentação da PF na garagem de carros. O proprietário foi preso e três veículos de luxo apreendidos. (Foto: Fernando Antunes)
Movimentação da PF na garagem de carros. O proprietário foi preso e três veículos de luxo apreendidos. (Foto: Fernando Antunes)

Como funcionava - O delgado Mazotti explicou que todo dinheiro era investido em imóveis de alto padrão e veículos de luxo, porque depois eram revendidos sem levantar suspeita. O “testa de ferro”, por exemplo, chegou a comprar dois carros no valor de R$ 600 mil cada, para depois passar para frente. A quadrilha declarava uma renda anual de R$ 60 mil, porém o patrimônio deles foi avaliado em R$ 4 milhões.

Os nomes dos envolvidos não foram divulgados pela PF. Segundo o delegado, o processo está em segredo de Justiça. O objetivo é sufocar a quadrilha na questão financeira. O próximo passo será sequestrar os imóveis de luxo, inclusive a Justiça já decretou a disponibilidade desses bens.

Na Capital - As apreensões da Operação Nevada, da Polícia Federal, ocorreram esta manhã em pelo menos três endereços diferentes. Os policiais federais estiveram na rua Serra Nevada, no Chácara Cachoeira – endereço de um dos líderes da organização criminosa e que motivou o nome da operação – também na rua das Garças, no bairro Santa Fé e na revenda de veículos localizada na Rodolfo José Pinho, no Bairro São Bento. A investigação sobre o crime organizado começou há 2 anos.

Durante a investigação, foram realizadas 8 prisões em flagrante, com a apreensão de aproximadamente 778 kg de cocaína, US$ 2,2 milhões, R$ 38 mil, 1 pistola calibre 9mm, 2 revólveres calibre 38, munições calibre 38, 9mm e de fuzil calibre 5,56 mm. Veja alguns dos objetos apreendidos hoje. 

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