Julgamento de acusados de matar Marcos Veron entra no 3º dia em SP
O julgamento dos acusados pela morte do líder indígena guarani-caiuá Marcos Veron entra hoje no terceiro dia. A pedido do MPF (Ministério Público Federal), o júri popular foi transferido de Dourados para São Paulo. O líder indígena foi morto em 2003, em Juti.
Ontem, os jurados – seis homens e uma mulher – ouviram o depoimento de seis índios, vítimas do ataque que resultou na morte de Veron. Hoje, será ouvida a sétima vítima.
Pelo cronograma, em seguida, acontece a oitiva de cinco testemunhas de acusação (três são indígenas), de duas testemunhas de defesa e de uma testemunha determinada pela juíza.
O julgamento, previsto para durar de oito a 15 dias, também terá o interrogatório dos três réus, debates entre defesa e acusação, reunião dos jurados e definição da sentença.
Estão no banco dos réus três seguranças acusados pela autoria do crime: Estevão Romero, Carlos Roberto dos Santos e Jorge Cristaldo Insabralde. Eles são acusados de homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e meio cruel, tortura, seis tentativas qualificadas de homicídio, seis crimes de sequestro, fraude processual e formação de quadrilha.
Outras 24 pessoas foram denunciadas por envolvimento no crime. A acusação vai pedir pena máxima, o que pode resultar em mais de 30 anos de prisão.
O julgamento é presidido pela juíza federal Paula Mantovani Avelino, da 1ª Vara Federal Criminal. O júri acontece no Fórum Federal Criminal Ministro Jarbas Nobre.
Conforme a denúncia, os índios foram atacados na madrugada do dia 13 de janeiro de 2003. Sete índios foram sequestrados, amarrados na carroceria de uma caminhonete e levados para local distante da fazenda, onde passaram por sessão de tortura.
Um dos filhos de Veron, quase foi queimado vivo. Já a filha, grávida de sete meses, foi espancada. Marcos Verón foi agredido com socos, pontapés e coronhadas de espingarda na cabeça. Ele morreu por traumatismo craniano.