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Cidades

Sem índios, julgamento de acusados de matar Marcos Veron começa em SP

Aline dos Santos | 21/02/2011 12:51

Júri que decidirá destino de acusados é formado por 6 homens e uma mulher

Líder indígena foi assassinado em fazenda de Juti.
Líder indígena foi assassinado em fazenda de Juti.

A justiça decidiu manter o julgamento dos acusados pela morte do líder indígena Marcos Veron mesmo sem a presença das vítimas. Os indígenas perderam o voo e não conseguiram chegar a São Paulo.

Diante da ausência, a abertura do julgamento ficou suspensa por mais de uma hora e era avaliada a possibilidade de adiar o início do júri para amanhã. A pedido do MPF (Ministério Público Federal) o julgamento foi transferido de Dourados para a capital paulista. Sete vítimas devem prestar depoimento.

Após o atraso, foi realizado o sorteio dos jurados – seis homens e uma mulher – e definido que o primeiro dia será dedicado à leitura das pelas processuais. De acordo com a assessoria de imprensa da justiça federal, o julgamento deve ser longo, com duração de oito a 15 dias.

O acesso da imprensa também é restrito. Foram distribuídas quatro senhas para jornalistas. Eles podem gravar o áudio, mas foram proibidas fotos e captação de imagens.

Marcos Veron, de 72 anos, foi assassinado em 2003, em Juti. Três seguranças são acusados da autoria do crime: Estevão Romero, Carlos Roberto dos Santos e Jorge Cristaldo Insabralde. Um quarto acusado está foragido.

Os réus são acusados de homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e meio cruel, tortura, seis tentativas qualificadas de homicídio, seis crimes de sequestro, fraude processual e formação de quadrilha.

Outras 24 pessoas foram denunciadas por envolvimento no crime. A acusação vai pedir pena máxima, o que pode resultar em mais de 30 anos de prisão.

Conforme a denúncia, os índios foram atacados na madrugada do dia 13 de janeiro de 2003. Sete índios foram sequestrados, amarrados na carroceria de uma camionete e levados para local distante da fazenda, onde passaram por sessão de tortura.

Um dos filhos de Veron, quase foi queimado vivo. Já a filha, grávida de sete meses, foi espancada. Marcos Verón foi agredido com socos, pontapés e coronhadas de espingarda na cabeça. Ele morreu por traumatismo craniano.

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