Índios perdem voo e Justiça decide se mantém ou adia júri do Caso Veron
Previsto para começar as 10h (horário de Mato Grosso do Sul), o julgamento dos acusados pela morte do líder indígena Marcos Veron ainda não começou no fórum federal Jarbas Nobre, em São Paulo.
Os indígenas perderam o voo e a Justiça ainda decide se iniciará o júri sem a presença das vítimas ou adia o julgamento para amanhã. Conforme a assessoria de imprensa da justiça federal, estão previstos os depoimentos de sete vítimas.
A pedido do MPF (Ministério Público Federal), o julgamento foi transferido de Dourados para São Paulo. Os motivos foram o poder econômico e a influência social do proprietário da fazenda, que teria negociado com dois índios a mudança de seus depoimentos. Este foi o terceiro caso de desaforamento interestadual do Brasil.
Marcos Veron, de 72 anos, foi assassinado em 2003, em Juti. Estão no banco dos réus três seguranças acusados pela autoria do crime: Estevão Romero, Carlos Roberto dos Santos e Jorge Cristaldo Insabralde.
Eles são acusados de homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e meio cruel, tortura, seis tentativas qualificadas de homicídio, seis crimes de sequestro, fraude processual e formação de quadrilha. Outras 24 pessoas foram denunciadas por envolvimento no crime. A acusação vai pedir pena máxima, o que pode resultar em mais de 30 anos de prisão.
Marcos Verón foi agredido com socos, pontapés e coronhadas de espingarda na cabeça. Ele morreu por traumatismo craniano.