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Cidades

Luiz Afonso pode mudar em juízo a versão sobre crime

Redação | 02/08/2010 14:03

O empresário Luiz Afonso Santos de Andrade, 42 anos, poderá mudar, diante do juiz, a alegação sobre a morte da esposa, a arquiteta Eliane Aparecida dos Santos, 39 anos.

Na fase do inquérito policial, ele negou o crime, apesar de informalmente ter admitido ao delegado que deu uma "chave de braço" na esposa e depois colocou fogo no carro.

Agora, já admite a possibilidade de assumir essa versão também em juízo. "Houve um rumo no inquérito e vai existir outro diferente no processo, que podem ser distintos", disse o empresário em entrevista exclusiva ao Campo Grande News hoje de manhã.

No entanto, ele não dá mais detalhes sobre a noite do assassinato. "Tudo a seu tempo", diz o empresário na 4ª Delegacia de Polícia, no Bairro das Moreninhas.

Hoje o juiz Carlos Alberto Garcete decide se acata ou não o pedido da Polícia Civil para converter a prisão de Luiz Afonso de temporária para preventiva.

Ele pode ser transferido da delegacia para um presídio. "A condição física onde estou instalado não faz diferença", afirma diante da possibilidade de ser transferido ao sistema penitenciário.

Perguntado sobre a possibilidade de voltar ao convívio da sociedade, se estaria preparado para enfrentar as pessoas, Luiz Afonso pondera: "Não posso esperar nada que seja bom (da sociedade). Acho que toda angústia, toda cobrança, todo mundo canaliza para alguém. Um caso deste gera comoção, solidariedade. Mesmo estranhos sentem-se tocados. Eu tenho consciência do que eu represento", completa.

No entanto, ele diz que a preocupação das pessoas é "curiosidade e que não interessa".

Luiz Afonso ressalta a preocupação com a família de Eliane e o filho, de 15 anos. "Que Deus ajude para que tenha discernimento e o pai possa conduzir para o caminho bom", diz.

O empresário não quis se defender das acusações feitas pela Polícia, reforça que não assumiu o crime e, por este motivo, não tem do que se arrepender.

Quanto às testemunhas que levará para as oitivas, o empresário revela detalhes de quem são.

Mais evidências - O delegado responsável pelas investigações do crime, Wellington de Oliveira, recebeu na sexta-feira mais um laudo que incrimina o empresário, preso como suspeito do assassinato da esposa Eliane, que foi encontrada morta e queimada dentro do carro Pólo dela, abandonado na Rua Manoel de Nóbrega, no Bairro Vilas Boas, na madrugada de 02 de julho.

Os pedaços de camisa encontrados no veículo são, confirma o laudo pericial, compatíveis com o material da peça usada por Luiz Afonso na véspera da morte.

Outra prova considerada fundamental para a Polícia foram as gravações do circuito de segurança da conveniência Sadan Festas, localizada na Avenida Três Barras, que é distante um quilômetro e quatrocentos metros do local onde a arquiteta foi encontrada morta.

As imagens mostram o momento em que o empresário para o carro de Eliane na avenida, compra fósforo no estabelecimento, e segue em direção ao Bairro Vilas Boas.

Em menos de vinte minutos ele retorna a pé e, novamente, é flagrado pelas câmeras.

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