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Cidades

Ministério da Saúde pode comprar testes que comprovam zika

Cristina Índio do Brasil, da Agência Brasil | 11/06/2016 15:49

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, vai a Salvador, na segunda-feira (13), verificar - junto ao Laboratório Bahiafarma - a possibilidade de compra, em grande quantidade, pelo governo federal, de um teste rápido de comprovação do vírus zika. Ele não informou quantos testes seriam comprados, mas acrescentou que, atualmente, os testes que já são aplicados em pessoas que apresentam os sintomas permitem a identificação e notificação de todos os casos.

Por isso, classificou de confiáveis os números de registros da doença feitos no país. O ministro fez o comentário durante entrevista a correspondentes estrangeiros para apresentar as ações de saúde com vistas aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

“Estamos procurando dar a vocês subsídios para que possam tranquilizar as pessoas de que neste período [dos Jogos], no Rio de Janeiro, o risco é baixíssimo de alguém ser contaminado com zika. Menos de uma pessoa em 500 mil visitantes estrangeiros, pelas projeções da Universidade de Cambridge [no Reino Unido] e de outros tantos cientistas, está sujeita a ser contaminada, portanto, é quase risco zero”, contou.

O ministro espera que, com as informações prestadas, os atletas estrangeiros se tranquilizem e venham para o Brasil. “Estamos falando de um espetáculo, de um mega evento, mas para cada atleta é a vida deles. Aquilo para o que se dedicam e aquilo no que acreditam e nós queremos que eles venham com absoluta tranquilidade para o ápice de toda a preparação que fizeram durante anos”, destacou.

Reunião da OMS -  Ricardo Barros revelou que, na terça-feira (14), o comitê de emergências da Organização Mundial de Saúde (OMS) vai se reunir, por videoconferência, como ocorre a cada 90 dias, e poderá avaliar as recomendações feitas com relação aos cuidados e prevenção relacionados ao vírus zika.

O ministro da Saúde afirmou que tudo indica que as recomendações permanecerão, como a de que grávidas evitem viajar para os 60 países onde foi constatada a presença do vírus, ou então, para que mulheres retardem a gravidez até que a comunidade científica internacional amplie os conhecimentos sobre os reflexos do vírus. Barros descartou, no entanto, a possibilidade de o comitê propor a mudança de datas ou de local dos Jogos 2016.

“Nós não consideramos a hipótese de adiamento das Olimpíadas. Não há nenhuma base científica que recomende este tipo de decisão. O que espero em relação aos atletas que estão em dúvida de virem ao Rio de Janeiro é que a nossa explanação hoje sirva de informação para que eles possam rever a sua posição e venham competir no Brasil, porque, de fato, nós estaremos em uma das regiões de menor circulação do vírus. Nos outros países em que ele existe, muitos estarão em temporada de verão, com alta proliferação do vírus. A região do Caribe, por exemplo, onde há uma circulação de milhares de turistas, tem uma possibilidade muito maior de alguém adquirir o vírus lá, do que aqui durante o inverno no Rio de Janeiro. Espero que os atletas possam, a partir das nossas informações, rever as suas posições e esperamos ter todos aqui conosco nas olimpíadas”, disse.

Brasília - O ministro da Saúde, Ricardo Barros, recebe o Desembargador do TRF 4 Região, João Pedro Gebran Neto, conselheiro Arnaldo Hossepian e Giovanni Guido Cerri, do Hospital Sírio Libanês (Elza Fiuza/Agência Brasil)
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse que, durante a Olimpíada, o risco é baixíssimo de alguém ser contaminado com o vírus zikaElza Fiuza/Agência Brasil
De acordo com o ministro, o governo brasileiro resolveu acatar todas as recomendações da OMS para as Olimpíadas e para o vírus zika. “Temos uma grande estrutura montada para que possamos - com segurança - receber aqueles que vêm ao Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos e vamos informar o que está disponível em infraestrutura para suportar esta vinda dos turistas e da família olímpica para os Jogos Olímpicos”, disse.

O ministro da Saúde afirmou, ainda, que, durante a Copa do Mundo, quando o número de visitantes superou 1 milhão de pessoas, houve apenas três casos de dengue e que, às vésperas dos Jogos 2016, a possibilidade é menor, com a expectativa de o país receber até 500 mil turistas para acompanhar as competições.

Barros assegurou que a rede de saúde está preparada. O governo federal repassou mais R$ 19,5 milhões para a rede de saúde do estado do Rio de Janeiro. Já há ambulâncias disponíveis e recursos para esses veículos no valor de R$ 30 milhões. Estão selecionados, ainda, 130 leitos para atendimentos de emergência caso sejam comprovados casos de zika. Além disso, haverá o reforço de 3 mil profissionais atuando no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, zika e chikungunya. No Rio de Janeiro, mais de 80% dos imóveis foram vistoriados para identificar focos de dengue.

Cuidados - De acordo com o ministro, o Comitê Olímpico vai distribuir repelentes para todos os atletas e o governo brasileiro está adquirindo unidades do produto para distribuir gratuitamente a gestantes incluídas no Programa Bolsa Família.

Ainda com relação às mulheres que querem engravidar, o ministro da Saúde lembrou que o Instituto Evandro Chagas desenvolveu pesquisas com a Universidade do Texas de uma vacina para o vírus zika e a previsão é iniciar os testes clínicos em novembro. “Temos a expectativa de fazer os testes em fast track como aconteceu com o vírus Ebola e, em pouco tempo, as mulheres poderão ter uma gravidez segura”, afirmou.

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