Moradores da Cidade de Deus sofrem com o frio intenso
Enquanto na região do Aeroporto Internacional a sensação térmica é de menos 2 graus centígrados, os moradores da Cidade de Deus, na região sul da Capital, sofrem com o frio intenso e precisam descobrir maneiras de se protegerem da temperatura baixa, acompanhada de cerração.
Os barracos construídos com materiais encontrados no lixão tremulam sob o vento forte, assustando as crianças e preocupando os adultos. "Precisamos de todo tipo de ajuda, mas agasalhos e cobertores é o que mais falta", relata Gláucia Guerreiro Souza, de 30 anos, mãe de 9 filhos.
A dona de casa mora com o marido e os nove filhos em uma casa de três peças. Nesta semana, a irmã de Glaucia chegou com mais três crianças. Ao todo, são 14 pessoas dividindo o espaço máximo para metade disso. "A gente se aperta e dorme. O duro é quando chove, a gente tem mudar a cama, ou acordar e esperar diminuir, senão ficamos todos molhados", relata Israel Pereira de Souza, marido de Glaucia.
Do lado de fora, um fogão a lenha improvisado em um tambor garante o cozimento do jantar, em um cardápio mirrado de arroz, feijão e macarrão. Sobrevivendo do que recolhe no lixão, Israel acredita na ajuda divina para enfrentar o frio intenso. "Deus ajuda, mas os homens têm colaborado pouco".
"Mas quando chega alguém para doar, todo mundo vai em cima e acaba rápido. Hoje mesmo teve doação de cobertores, que sumiram em um minuto. Todo mundo precisa, né?", comenta a aposentada Maria das Neves Silva, de 68 anos.
Solidariedade