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Cidades

Na Assembléia, índios negam que estejam se armando

Elverson Cardozo e Paula Maciulevicius | 21/11/2012 13:18
Alberto França, representante da etnia Terana entre Dois Irmãos do Buriti e Sidrolândia. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Alberto França, representante da etnia Terana entre Dois Irmãos do Buriti e Sidrolândia. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Representante dos indígenas da etnia Terena, Alberto França, de 46 anos, utilizou a tribunal da AL (Assembléia Legislativa) de Campo Grande nesta quarta-feira (21) para rebaterr acusações que foram feitas à comunidade Buriti na semana passada.

Na ocasião, dois indígenas de Campo Grande foram à AL denunciar que índios terenas da aldeia estavam armados e com intenção de ocupar fazendas na região.

Hoje, durante pronunciamento, Alberto, disse que a intenção da denúncia era a de prejudicar a imagem da comunidade e que a dupla se passou por defensora dos direitos humanos.

Segundo o líder, os denunciantes nunca foram da aldeia e nem representam o povo que vive no local.

“Não existe armas dentro da aldeia. Queremos esclarecer e pedimos à Assembléia para nos apoiar nesse sentido, para que acabe nosso sofrimento”, disse.

A luta por terra, afirmou, vai continuar independente da situação. Os indígenas da aldeia Buriti ocupam atualmente uma área da fazenda 3R. São 2,9 mil hectares para 5 mil indígenas. A área total que eles reivindicam tem 17 mil hectares.

“Nós vamos lutar sempre. Não é a Funai. É a gente. É o direito que nós temos adquirido e estamos em busca disso”, discursou.

O pedido de resposta, solicitado ao deputado Pedro Kemp (PT), levou à Assembléia 50 indígenas, das 9 aldeias da região entre os municípios de Dois Irmãos do Buriti e Sidrolândia.

O parlamentar também se posicionou sobre o assunto. Disse que na semana passada a tribuna foi utilizada para desqualificar o trabalho que o governo federal vem fazendo com relação à indenização e demarcação de áreas indígenas.

Pedido de resposta levou à Assembléia 50 indígenas, das 9 aldeias da região. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Pedido de resposta levou à Assembléia 50 indígenas, das 9 aldeias da região. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Kemp afirmou ainda que a dupla que levantou suspeita sobre a comunidade chegou a apresentou uma fita contendo gravação telefônica. O arquivo, disse, seria de uma negociação para compras de armas como fuzis.

O petista saiu em defesa dos indígenas. “Eles não tem a intenção de invadir. “Nós abrimos a palavra para os representantes dessas nove aldeias se defenderem. Eles fizeram a solicitação para desmentir a denúncia”, declarou.

O deputado Zé Teixeira - que na casa sempre defendeu o setor ruralista – confirmou a entrega de gravação telefônica mencionada por Pedro Kemp e disse que a dupla que acusa os índios levou o áudio à PF (Polícia Federal).

Eles também teriam apresentado um caderno de 2009, que afirmam ser da comunidade Buriti, onde costa o controle da quantidade de arma, o tipo e a organização dos indígenas em um revezamento para guarnecer o território.

Para Zé Teixeira, os índios não aceitam a decisão da justiça. “Querem ampliar o território de qualquer forma”, avaliou.

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