Polícia Civil pede a prisão preventiva de Luiz Afonso
O delegado Wellington de Oliveira, responsável pelo inquérito que investiga a morte da arquiteta Eliane Nogueira, 39 anos, pediu hoje a prisão preventiva do marido dela, Luiz Afonso Santos de Andrade, único suspeito do crime.
Luiz Afonso teve a prisão temporária decretada pela justiça no dia em que o corpo de Eliane foi encontrado, carbonizado no carro dela, um Pólo, na região do bairro Tiradentes, em Campo Grande. O prazo da temporária vence no dia primeiro de agosto e o delegado acredita que a preventiva será deferida antes disso.
Se o pedido for aceito, o empresário deixará a cela da 4ª Delegacia de Polícia, no bairro Moreninhas, onde está sozinho, e deverá ir para um presídio.
Inquérito concluído- Também hoje foi encaminhado MPE (Ministério Público Estadual) o inquérito da Polícia Civil sobre o caso.
Em 365 páginas, a peça detalha as investigações que levaram ao indiciamento de Luiz Afonso Santos de Andrade, 40 anos, bacharel em Direito e empresário, pelo crime de homicídio doloso quadruplamente qualificado, por motivo torpe, fútil, asfixia e incêndio, e dissimulação.
Conforme o delegado, consta do inquérito a confissão informal de Luiz Afonso de que cometeu o crime, que teria sido feita após um laudo atestar que Eliane foi queimada ainda viva.
Na confissão, Luiz Afonso teria dito acreditar que, quando incendiou o carro, ela ainda estivesse viva. Nos depoimentos oficiais, o empresário não admitiu a autoria, reservando-se o direito de depor em juízo.
Prova cabal Para o delegado, o fato de a polícia ter agido rápido, prendendo Luiz Afonso poucas horas depois de o corpo ser encontrado, foi essencial para as investigações que o apontam como responsável pela morte da esposa.
"Não houve tempo para criação de álibis e, mantida a verdade dos fatos, a investigação fluiu".
Uma das provas essenciais do trabalho policial são as imagens obtidas pela investigação policial em uma conveniência na avenida Três Barras. Elas registraram Luiz Afonso chegando ao local, no carro de Eliane, entrando e comprando chicletes, fósforos e cigarros, apesar de não fumar. A mesma câmera filma o empresário voltando, a pé.
Uma outra prova, conforme o delegado, é o fato de Luiz Afonso ter desarmado o alarme de sua empresa, na rua José Antônio, às 3h30 da madrugada, horário em que, na primeira vez em que foi ouvido, ele disse estar em casa. Na empresa, desapareceram cinco litros de água-ráz, solvente que teria sido usado como combustível para atear fogo ao veículo.
O advogado de Luiz Afonso, Ruy Lacerda, adotou a postura de não comentar as provas informadas pela polícia. Segundo informou na semana passada, se a prisão preventiva for decretada, vai entrar com pedido de liberdade para o cliente.