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Cidades

Policiais presos por suspeita de cobrar propina são todos do mesmo batalhão

Reportagem apurou que os envolvidos são do 10º Batalhão da PM, que cuida da região sul da cidade

Marta Ferreira | 08/12/2017 09:01
Carga de cigarro que foi pivô das prisões estava neste caminhão. (Foto: Direto das Ruas)
Carga de cigarro que foi pivô das prisões estava neste caminhão. (Foto: Direto das Ruas)

Os cinco policiais militares presos ontem, em ação da Corregedoria da Polícia Militar, são lotados no 10º Batalhão de Campo Grande, cuja sede fica na avenida Bandeirantes. Segundo a reportagem apurou, os sete presos até agora, por suspeita de cobrar propina para liberar carga de cigarros são dessa unidade.

As prisões de ontem foram consequência das investigações que começaram no dia 1º de dezembro, quando o sargento Alex Duarte de Aguir, 38 anos, e o cabo Rafael Marques da Costa, 28 anos, foram presos sob suspeita de cobrar R$ 150 mil para liberar uma carga de contrabando de cigarros avaliada em R$ 1 milhão. No dia, viaturas foram usadas para "cuidar" do caminhão, que ficou retido durante a negociação que resultou no flagrante.

A Corregedoria da Corporação não divulgou nomes nem detalhes das prisões realizadas ontem. O Campo Grande News já havia adiantado que o esquema envolvia mais policiais.

A unidade onde eles estão lotados é responsável pela região sul da cidade, a mesma onde ocorreu toda a transação que levou à prisão dos primeiros policiais, no bairro Tarumã.

Os policiais presos nesta quinta-feira estão no Presídio Militar de Campo Grande, assim como os outros dois presos no dia 1º. Procurado, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) informou que apenas deu apoio às ações e que a investigação é toda da Corregedoria.

Como tudo começou - Na sexta-feira (1º de dezembro), o Gaeco acionou equipes policiais – Rotac (Rondas Ostensivas de Ações de Choque) e Rocam (Rondas Ostensivas com Apoio de Motos) – após informação de que um caminhoneiro estava com policiais, que exigiam propina para liberar o veículo.

O caminhão foi localizado na rua Verdes Mares, esquina com a avenida Gunter Hans, no bairro Tarumã. Próximo ao local, havia um veículo Honda Civic.

Foi repassada a informação de que o dinheiro seria entregue no posto Tarumã. No local, o responsável por levar a quantia foi identificado como sendo Fábio Garcete, amigo do motorista Rogério Fernandes Mesquita. Fábio foi colaborador da investigação. Ele já foi preso por contrabando de cigarro, em junho deste ano.

No posto, equipes do Gaeco observaram que o Honda se aproximou de Garcete. Em seguida, os policiais abordaram carro e uma motocicleta, que ladeava o Honda. No Honda Civic, estava o sargento Alex Duarte de Aguir, enquanto o cabo Rafael conduzia a moto. O documento do caminhão foi encontrado no carro do sargento Aguir. Uma nota fiscal foi localizada no bolso do cabo Rafael Marques da Costa.

Fábio e o motorista reconheceram Aguir como o policial que exigiu e pegou o dinheiro. O motorista do caminhão ainda reconheceu o cabo como companheiro do sargento e relatou que é o dono de um dos celulares encontrado com Aguir.

O Campo Grande News apurou que houve pagamento de R$ 30 mil, com cédulas marcadas. O motorista do caminhão foi preso e levado para a Polícia Federal, assim como a carga, que passou de 500 caixas de cigarro, avaliadas em R$ 1 milhão no mercado.

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