Santa Casa alega déficit de R$ 28 mi e enfermagem suspende greve
Acabou sem acordo, mas houve avanço na negociação entre os trabalhadores de enfermagem e a direção da Santa Casa de Campo Grande. O Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região propôs reajuste de 8%, que voltará a ser discutido em nova reunião, prevista para 23 deste mês. No entanto, os funcionários decidiram suspender a greve prevista para começar amanhã.
Os técnicos e enfermeiros reduziram o índice de reajuste de 16,4% para 12%, enquanto o hospital manteve a proposta de aumento de 6%. O diretor-presidente da instituição, Wilson Teslenco, afirmou que o hospital continua com as contas no vermelho e deve fechar neste ano com um déficit de R$ 28 milhões.
“Não consigo pagar, são tantas pessoas e o dinheiro não existe”, justificou-se o dirigente durante reunião mediada pelo desembargador do TRT, Nery Sá de Azambuja.
Atualmente, o gasto da Santa Casa com o pagamento de salários dos funcionários soma R$ 11 milhões por mês. O repasse do SUS (Sistema Único de Saúde) é de R$ 15 milhões mensais.
Teslenco alertou que o reajuste pode ter efeito cascata, já que o mesmo reajuste pode ser concedido para outras categorias. Os trabalhadores em enfermagem também pediram a elevação do valor do abono de assiduidade, que passaria de R$ 147 para R$ 199. O hospital propôs R$ 163,92.
Ao fim do encontro, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Enfermagem, Lázaro Antônio Santana, anunciou a suspensão da greve, prevista para amanhã, e a convocação de assembleia extraordinária para discutir a proposta de 8%. A Santa Casa também vai convocar a diretoria para analisar os números.
A decisão sobre o valor do reajuste será tomada em nova reunião no Tribunal Regional do Trabalho, agendada para o dia 23.