Distanciamento autoritário - Preconceito no business e na vida
Temos a tendência de pensar no — preconceito — como algo que as outras pessoas, especialmente as pessoas “más” têm em suas mentes e corações.
A verdade é que o preconceito está dentro de todos nós e a boa notícia é que existe uma maneira poderosa de combatê-lo.
O preconceito nasce em parte com o nosso aprendizado cultural, de nossos pais, nossas escolas e nossas relações sociais. Mas o preconceito também está profundamente enraizado em nosso pensamento. Existem numerosos estudos sobre o preconceito implícito, a estereotipagem negativa e outros aspectos dos quais não temos consciência.
Quer gostemos ou não, o preconceito facilmente toma conta de nós. Então, se vamos combatê-lo, precisamos mudar a forma como nossas mentes lidam com isso.
É um assunto delicado? Sim, pois todos nós em algum momento podemos ter sofrido algum tipo de preconceito durante a vida e isso nos atinge profundamente.
Quando isso acontece, ficamos horrorizados. Mas também passa pela nossa mente o pensamento individualista de estar mais tranquilo quando essa ação não é sobre a gente, mas, e se fosse?
Os estereótipos negativos permeiam a vida das pessoas. Mesmo que você os odeie ou seja — vítima deles — eles estão em nossa rede cognitiva. Isso significa que eles estão disponíveis para fazer o mal, mesmo quando você não está consciente disso. Se você for às partes rígidas, defendidas, amedrontadas, raivosas e críticas de seu próprio coração, verá que o preconceito reside aí dentro.
O fato é que você pode reconhecer, aprender e mudar isso para reduzir o impacto prejudicial dessa parte existente dentro de nós e diminuir a probabilidade de que esse preconceito seja passado para outras pessoas.
Existem muitas formas de preconceito, incluindo preconceito de gênero, preconceito de peso, preconceito com base na orientação sexual, etnia e muito mais. E a realidade é que existe um núcleo comum em tudo isso.
Pesquisas dizem que todas as formas de preconceito podem ser amplamente explicadas pelo que é chamado de — Distanciamento Autoritário — a crença de que somos diferentes de algum grupo, simplesmente por eles representarem uma ameaça que precisamos controlar.
Existem três características principais:
1 - A incapacidade de assumir a perspectiva de outras pessoas;
2 - A incapacidade de sentir a dor dos outros quando você assume a perspectiva deles;
3 - A incapacidade de estar emocionalmente aberto à dor dos outros quando você a sente.
De certa forma, as formas de preconceito mais difíceis de erradicar são invisíveis e inconscientes porque se baseiam no privilégio.
Por exemplo, uma pessoa branca pode dizer honestamente “Racismo? Irrelevante na minha vida”, mas ela não sabe o quanto isso exala privilégio quando seu vizinho negro não tem escolha a não ser pensar sobre isso, pois manda seu filho adolescente ao mundo todos os dias sabendo que ele tem mais chances de ser preso ou baleado porque ele é negro.
O que eu quero dizer? O primeiro passo é olhar para o seu próprio comportamento. Tente observar seus indicadores indiretos de preconceito, os momentos em que suas ações supostamente imparciais são realmente enraizadas e moldadas por algum privilégio.
Ao fazer isso, pergunte às pessoas que são próximas a você e que sofreram preconceitos se elas podem te ajudar. Por exemplo, quando começo a reclamar de algo, minha namorada me olha. Não espere que isso seja bom no início mas é algo bom no longo prazo e vale a pena.
Aqui estão 3 passos que você pode seguir para começar a reconhecer e desarmar seu próprio preconceito:
1. Domine seu preconceito
Observe quaisquer tendências que você possui para julgar os outros ou a si mesmo, praticando preconceitos com base no privilégio. Traga o máximo de autocompaixão e abertura emocional para essa consciência.
Deixe de lado qualquer tendência de aceitar o seu julgamento, evitando de hospedá-lo dentro de si mesmo. Esses são pensamentos, sentimentos e hábitos invisíveis, e são seus. Você é responsável, mas não tem culpa.
2. Conecte-se com a perspectiva de outras pessoas
Deliberadamente, tome a perspectiva daqueles que sua mente julga, sentindo como é ser submetido a estigma e preconceito, tenha a percepção consciente da pessoa que está sofrendo com isso.
Não fuja da dor de ver esses danos, nem deixe que isso caia em culpa ou vergonha. Lembre-se: conexão gera compreensão. Assim, você começa a ter — consciência — de que causar esse tipo de dor a alguém vai contra seus valores.
3. Comprometa-se com a mudança
Isso pode significar aprender a ouvir mais; se posicionar quando outra pessoa desprezar o preconceito; recuar para que outros possam avançar; compreender as pessoas que pertencem a grupos que sua mente julga.
Tudo que eu disse até agora não têm como objetivo apagar o que você está carregando e experimentando, mas canalizar esses sentimentos para a expressão de compaixão.
Você pode praticar esse passo a passo regularmente. Conforme você começa a afrouxar o controle de seus preconceitos implícitos, você descobrirá que o prazer de estar com pessoas de todos os tipos de perfis aumenta, não importando o quão diferentes elas possam ser, assim, você abre a porta para aprender com pensamentos opostos ao seu.
O triste é que, se não ajudamos a resolver o problema do preconceito, estamos ajudando a perpetuá-lo. E se não aprendermos a reconhecer nossos privilégios ou captar os pensamentos sutilmente prejudiciais que passam por nossas mentes, estamos apoiando o — preconceito — e potencialmente transmitindo ele.
A parte difícil? Admitir para nós mesmos que podemos ter sido cúmplices e que é difícil diminuir esse impacto do preconceito. Mas o lado bom? É que podemos agir e fazer isso.