A fazenda de mosquitos. Fund. Oswaldo Cruz consulta OMS
Os humanos criaram fazendas de dezenas de animais. Cabras e ovelhas, porcos e galinhas, asnos e vacas, vicunhas e visons... a lista é grande. Mas, fazendas de mosquitos? Esses dípteros, francamente molestadores, que te chupam o sangue e, pior, transmitem as mais mortais doenças? Parece projeto de maluco, mas não é. A Fundação Oswaldo Cruz em conjunto com a World Mosquit Program, uma entidade australiana filantrópica, planeja criar 50 bilhões de mosquitos nos próximos dez anos.
OMS está analisando.
O lugar onde essa fazenda de mosquitos será criada ainda não está determinado. O Brasil é muito grande e não sei quantas pessoas se mostrarão entusiasmadas com uma instalação semelhante perto de sua casa. Mas as autoridades sanitárias já aprovaram o projeto, depois que seus colegas norte-americanos estudaram e deram bom visto. A Organização Mundial da Saúde está considerando o tema e ainda não se manifestou.
Wolbachia neles!
A chave está em uma bactéria chamada "wolbachia". Como ela perdeu a vontade de levar uma vida livre, só consegue viver no interior das células dos mosquitos. O principal propagador da dengue é o mosquito Aedes aegypti, uma espécie que não está infectada com a bactéria wolbachia. A ideia é exatamente introduzir essa bactéria no inseto. O resultado é uma redução de dengue em torno de 77% em provas realizadas na Austrália, Brasil, Colômbia, Vietnã e Indonésia. A wolbachia compete com o vírus da dengue no exigente interior das células sexuais do mosquito. É assim que eles param de proliferar ou pelo menos reduzem muito a procriação de novos mosquitinhos.