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Em Pauta

A Guerra do Paraguai, ignorada, retorna com "El Cristiano"

Mário Sérgio Lorenzetto | 18/08/2023 07:25
A Guerra do Paraguai, ignorada, retorna com "El Cristiano"

A Guerra do Paraguai voltou às manchetes dos jornais brasileiros e paraguaios. Com a quase ignorada viagem de Lula ao país vizinho, a cobrança pela devolução de espólios de Guerra, principalmente do canhão denominado "El Cristiano", foi ressuscitada. Esse canhão, moldado com sinos das igrejas paraguaias é um ícone - de vitória e de derrota - de segunda ordem. Todavia, se insere na vasta história desse conflito quase desconhecida. Há eventos cruciais que foram esquecidos.


A Guerra do Paraguai, ignorada, retorna com "El Cristiano"

Paraguai entrou de "gaiato no navio".

O conflito nasce das desavenças uruguaias. Brasil e Argentina tinham dúvidas atrozes de aceitar a independência do Uruguai e apoiavam a tentativa de golpe do general Venâncio Flores. Ironicamente, o Paraguai era o menos envolvido na pendenga que resultaria em sua total destruição. Entrou na confusão quando o presidente uruguaio Bernardo Berro, foi pedir ajuda para se manter no cargo.


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Caxias quase não foi à guerra.

Quem imagina que guerra é coisa de militar está redondamente enganado. Questões partidárias quase impediram que o Duque de Caxias rumasse para o campo de batalha. Caxias estava no partido de oposição ao governo de Pedro II. Só foi aceito depois de milhares de brasileiros caírem nos campos de batalhas e a guerra se tornar um risco para o império brasileiro.


A Guerra do Paraguai, ignorada, retorna com "El Cristiano"

Brasil falido.

O conflito raspou o tacho dos cofres brasileiros. Os cinco anos de luta saíram pela bagatela de 614 mil contos de reis. O orçamento total do país era de 57 mil contos. Para cobrir o rombo, Pedro II aumentou enormemente os impostos e fez empréstimos vultuosos. A economia em frangalhos e sua crueldade famosa internacionalmente, destruíram seu reinado.


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O nascimento da "grande pecuária argentina".

A Argentina também saiu quebrada da guerra. Mas quem vivia da pecuária saiu lucrando, e esse setor da economia deu os primeiros passos para se tornar gigantesco. A vaca Argentina abasteceu milhares de soldados dos aliados. Estava próxima de onde os soldados acampavam, diferente da vaca brasileira que estava muito longe. A criação de animais na Argentina se fortaleceu. E quem mais ganhou foram seus oficiais. Do dia para a noite, militares como o general Urquiza (que chegou a ter 500 mil cabeças de vaca) se tornaram prósperos fazendeiros.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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