A história do engenheiro de carro que inventou o biquíni
Nada menos de 50.000 cartas de agradecimento. Louis Réard, o inventor do biquíni, recebeu, em poucos dias, uma verdadeira montanha de cartas pela façanha de desnudar as mulheres que iam às praias. Um raro caso de um inventor que recebeu as glórias ainda em vida. O biquíni de Réard imitava as páginas de um jornal. No primeiro momento, não encontrou uma só modelo que tivesse a coragem de usá-lo. Teve de recorrer a uma stripper profissional francesa de nome Michelini Bernardini, que naquele momento tinha 19 anos e passou à história.
Uma caixa de fósforos.
A provocação da improvisada modelo usando um biquíni ocorreu em uma piscina de Paris. E foi chocante. Ela surgiu mostrando o umbigo e as nádegas e levando uma caixa de fósforos nas mãos. As primeiras palavras de Michelini foram: levo uma roupa tão pequena que poderia guardá-la aqui, mostrando a caixa. Seu criador foi além. Afirmou que um verdadeiro biquíni teria de passar pelo interior de uma aliança de casamento.
A bomba atômica e o biquíni.
Ainda que Louis Réard, que em realidade era engenheiro automobilístico, passou à história como o pai do biquíni, foi um daqueles exemplos raros de um inventor com grande capacidade de promover sua criação. Recorreu à imagem da bomba atômica que os Estados Unidos tinham lançando no atol Biquíni, no Oceano Pacífico, para mostrar que sua invenção também era uma bomba. Ainda que na Antiga Roma as mulheres já usassem esse tipo de roupa para praticar esportes, Réard passou à história como seu criador.
Como sempre, o Vaticano ao proibi-lo, melhorou suas vendas.
Logo após a Segunda Guerra Mundial, faltavam tecidos no mundo. A pequena quantidade necessária para fazer um biquíni jogava a favor dessa roupa que competia com os maiôs. Depois da apresentação feita pela stripper, o segundo grande momento do biquíni ocorreu no concurso de Miss Mundo, celebrado em Londres em 1.951, em que as candidatas apareceram usando-o. O escândalo foi tão grande que o Vaticano resolveu torná-lo pecaminoso. Como sempre, só conseguiu promovê-lo ainda mais. Muitos países o proibiram, mas ninguém respeitou as sanções.