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Em Pauta

A ideia e a concretização do Parque das Nações Indígenas

Mário Sérgio Lorenzetto | 02/09/2023 07:52
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Ele costuma ser descrito como uma "figura calma". Joseph Paxton era o jardineiro-chefe da mansão de um duque multimilionário inglês. Paxton era um assombro. Filho de uma família rural pobre, aos catorze anos foi mandado para trabalhar como aprendiz de jardineiro, mas distinguiu-se de tal maneira que em seis anos estava dirigindo a sociedade responsável pela horticultura inglesa. Paxton projetou e instalou a Fonte do Imperador, que lançava um jato de água de 80 metros, proeza superado apenas uma vez. Construiu o maior jardim de pedras ornamentais da Inglaterra. Projetou o primeiro bairro residencial em uma fazenda. Ganhou inúmeros prêmios por produzir os melhores melões, figos, pêssegos e nectarinas. Criou uma gigantesca estufa que cobria 4 mil metros quadrados e permitia excursionar dentro dela com carruagens.


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Modelo do Central Park.

Mas, o que nos interessa é que Paxton criou o primeiro parque dentro de uma cidade na história. Esse parque impressionou o norte-americano Frederick Olmestd que este o tomou como modelo para construir o Central Park em N.York. Em 34 anos, de 1.821 a 1.855, N.York tinha triplicado sua população. Não tinham áreas de lazer. A demanda da cidade por um parque público foi criada pelo jornal "Evening Post". O governou destinou US$ 5 milhões para adquirir 280 hectares destinados à aquisição de terras para esse famoso parque. Quase o triplo do nosso Parque das Nações Indígenas.


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E surge o Parque das Nações Indígenas.

Era uma extensa área pertencente a hortifrutigranjeiros e criadores de pequenos animais para abastecer o mercado de C.Grande. Na década de 1.980, iniciou-se um rápido processo de urbanização dessa região com a construção do Parque dos Poderes e do Shopping C.Grande. Às margens dos córregos Prosa e Reveilleau, uma área típica de preservação, foi desapropriada para a futura criação de um parque. A desapropriação, de fato, só ocorreu em 1.993, no governo de Pedro Pedrossian. A área era de 116 hectares. Um ano depois, com quase todas as obras ainda em andamento, o Parque das Nações Indígenas foi inaugurado. Os chacareiros levaram décadas para receber o dinheiro que os indenizava pelas desapropriações. Ainda que eventualmente surja um "estrupício" (vem de "stropiccio", que significa quem pensa asneira) desejando implantar novos prédios - públicos ou particulares - o parque conta com enorme apoio popular para sua conservação. Ninguém pode nele mexer, para se promover ou ter lucro.

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