A invenção da privada barata, de alta tecnologia e sem esgoto
A invenção da privada e do esgoto possibilitou o aumento de vida para os humanos. Ainda que muitos não percebam, e até reclamem, é um dos maiores avanços conquistados pela saúde. No entanto, 100 milhões de brasileiros vivem sem esgoto. Os políticos consideram a palavra "esgoto" um palavrão, uma ofensa. Foi pensando nesses imensos números, que atingem o mundo todo, que criaram, nos EUA em 2011, uma disputa para estabelecer uma mudança de paradigma para as privadas. Foi chamado de "Desafio para reinventar a privada".
Células fotovoltaicas.
A disputa solicitou projetos que não necessitassem de ligação da privada com esgoto nem com eletricidade, e que custassem menos de R$2 por usuário, por dia. O vencedor foi a famosa Caltech - Instituto de Tecnologia da Califórnia. O projeto utilizava células fotovoltaicas para alimentar um reator eletroquímico, que tratasse as fezes e urina humanas. Produzia água limpa para lavagem de pisos e irrigação de jardins, além de hidrogênio. O hidrogênio poderia ser armazenado em células de combustível. O sistema é inteiramente autossuficiente, dispensa rede elétrica, tubulação de esgoto e só exige luz solar e sal de mesa.
Parou por que?
Por que parou esse revolucionário projeto? Ironicamente, ele exige chips, leves e baratos, mas que necessitam de enormes quantidades de água para ser fabricados, como, aliás, todos os chips que existem no mundo. Os chips de computador são criações fantásticas, mas suas fábricas precisam ser absurdamente limpas. Um grão de poeira que você possa levar a uma fábrica de chip, corresponde a pousar o Monte Everest nesse recinto. Estão entre os lugares mais limpos do planeta. Do ponto de vista do chip, nos humanos somos um chiqueirinho, uma nuvem de pó e sujeira. Não à toa, há pouco, o mundo vivenciou uma enorme crise de falta de chip. Com a falta do chip, o projeto da privada revolucionária parou.