A solidão de idosos reduz o tamanho de seus cérebros
Abandonar os idosos à solidão é uma crueldade imperdoável que nenhuma sociedade civilizada deveria permitir. Nos países ocidentais, calcula-se que entre 20% a 40% dos idosos dizem sentir-se sozinhos. No Brasil, há quase 4,5 milhões de idosos na mais completa solidão. A maior mortalidade biológica dos homens faz com que a solidão tenha um maior impacto entre as mulheres. Uma em cada três idosas, com mais de 70 anos, vive sozinha. A partir dos 80 anos, essa cifra sobe para 40%. Essas são estatísticas bem conhecidas.....e desprezadas. Mas as novas pesquisas mostram um quadro ainda pior.
Solidão no meio da multidão.
Estar solitário não é um sentimento apenas para aqueles que estão sozinhos. Há muita solidão em grandes famílias. Uma pessoa pode estar solitária no meio de uma multidão. A solidão consiste também não estar na companhia desejada. O sentimento de solidão chega quando a pessoa não vê satisfeita sua necessidade de intimidade humana ou quando as demais pessoas com quem convive não satisfazem seus desejos ou preferências. Isso significa que a solidão pode ocorrer quando está acompanhando de quem não o quer, noras e genros como regra. Muitas vezes, a solidão está relacionada com a pobreza. Não há como sustentar uma sogra ou sogro em outra casa.
A chocante pesquisa da Alemanha e do Reino Unido.
Um grupo de pesquisadores de prestigiosas universidades do Reino Unido e da Alemanha, utilizando neuroimagens estruturais e funcionais, perceberam mudanças significativas nos cérebros de idosos solitários. Usando ressonância magnética, exploraram os cérebros de 319 idosos. Os resultados, publicados em uma das revistas científicas "Nature", mostraram menor volume de substância cinzenta no hipocampo, nas amígdalas cerebrais e no cerebelo. Todas regiões envolvidas no processamento de informações sociais e emocionais. Dessas três regiões cerebrais, para os idosos, a mais importante é a amígdala. Ele pode crescer caso o idoso tenha mais amigos e familiares amorosos. Há outras duas pesquisas, feitas no Irã e na Espanha, que corroboram esses resultados.