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Em Pauta

Alquimia: em busca do ouro, vida eterna e espíritos

Mário Sérgio Lorenzetto | 13/06/2023 09:30
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Depois de séculos, a alquimia só foi desmontada em 1.661 por Robert Boyle no livro "O químico cético". Desmontada não é sinônimo de eliminada, há muita gente correndo atrás de ideias esdrúxulas até hoje. Um dos marcos dessa época era a de que os homens que a praticavam cheiravam a ovo podre. Eles estavam fechados em laboratórios esfumaçados, misturando metais em fogo brando, manipulando esperma e cocô, especialmente interessados nas propriedades do enxofre, a substância que deixava roupas e cabelos cheirando mal.


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Ouro de tolo.

Monges, padres e até papas praticavam a "arte" da alquimia. Se fossem mulheres, eram consideradas bruxas e podiam acabar na fogueira. A alquimia era machista pra cacete. O negócio era procurar ouro. No centro das pretensões dos alquimistas estava a "pedra filosofal". Seria uma substância que transformaria todo e qualquer material com que entrasse em contacto em ouro. Uma das mais bizarras tentativas foi de a reunir barris cheios até a boca com urina de soldados. Só valia se fosse de soldados. Essa urina era fermentada e, depois, destilada. Restava apenas uma massa branca, grudenta, mas que brilhava no escuro, que acabou sendo batizada de "fósforo", palavra que veio do grego significando "fonte de luz". Além das maluquices, a alquimia descobriu algumas coisas úteis. Mas ouro que era bom, nem chegaram perto. A pedra filosofal nunca foi encontrada.


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Vida eterna.

Desde os tempos da Mesopotâmia, não apenas na idade média da alquimia, o humano procura pela vida eterna. É a sua maior obsessão. A ideia alquímica mais em voga era de essa tal de "pedra filosofal", além de ouro, quando na forma líquida, e ingerida como remédio, acabaria com qualquer doença. Era o "elixir da vida". Algo bem semelhante às crendices que estevam em voga nos tempos de covid. Esse elixir, obviamente, tornaria rico seu inventor. O elixir da vida era conhecido como "arcanum químico" e era retratado na forma de um líquido magico. Reis, nobres, bispos e papas gastaram imensas fortunas procurando por esse elixir. E tinha uma "gorjeta" para quem o descobrisse: passaria a falar a linguagem dos anjos.


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Entre anjos e espíritos.

Não consigo encontrar uma definição de anjo que me agrade. Assim, vai a que serve para o gasto. Anjo seria um tipo de espírito, com asas, que age e fala em nome de Deus. A alquimia estava fortemente apoiada no mundo sobrenatural. Para alcançar suas pretensões valia um pouco de tudo: convocar anjos, demônios e espíritos de todos os tipos, listar feitiços e encantamentos e realizar rituais estranhos. Esse lado magico da alquimia era reunido em obras conhecidas como "grimarios". Eram compilações de normas para convocar anjos, espíritos e demônios. O estranho que nada disso era tido como heresia, como pecado. Se fosse praticado por homens, é claro.

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