As guerras da mandioca e do milho. Uma rica conspiração
Por Mário Sérgio Lorenzetto | 07/12/2023 08:00
Cada garfada que levamos à boca está relacionada com uma nova e grande conspiração. Quase tudo que comemos foi produzido por uma poderosa máquina que, nos Estados Unidos, movimenta 32 bilhões de dólares em marketing. Essa máquina é o nutricionismo, uma confusão criada exclusivamente para vender.
A transformação de comida em nutrientes.
A comida está desaparecendo de nossos pratos. Estamos deixando de comer bife e feijoada. Passamos a comer carboidratos e proteínas. A qualidade da comida está sendo cerceada, quase proibida. Não podemos nos alimentar de comidas deliciosas. Dizem, e garantem, que a comida nos mata rapidamente. A qualidade está desaparecendo, entra no cenário a contagem dos nutrientes. Quantas gramas de proteína você comeu? Adiós as fontes de prazer.
A comida está desaparecendo de nossos pratos. Estamos deixando de comer bife e feijoada. Passamos a comer carboidratos e proteínas. A qualidade da comida está sendo cerceada, quase proibida. Não podemos nos alimentar de comidas deliciosas. Dizem, e garantem, que a comida nos mata rapidamente. A qualidade está desaparecendo, entra no cenário a contagem dos nutrientes. Quantas gramas de proteína você comeu? Adiós as fontes de prazer.
Somos povos da mandioca ou do milho?
Há outra "conspiração". O Brasil do litoral, aquele que dita nossos padrões alimentares, diz que somos o país da mandioca. Também afirma que os povos do milho são os andinos Peru e Chile. Simbolicamente, a mandioca venceu a guerra. Todos acreditam piamente que a raiz está no âmago de nossa história alimentar. Mas já quando Alvar Nuñez Cabeza de Vaca atravessava parte do Brasil em direção a Assunção, partindo de Florianópolis, em 1.541, vai topando com várias tribos junto às quais recolhe mantimentos, incluindo sempre farinhas de mandioca, milho e, por vezes, de pinhão. O milho sempre apareceu incorporado junto à mandioca para a alimentação dos colonizadores. Havia até um tipo de "lei", um "regimento" dos portugueses determinando que toda pessoa que fosse ao "sertão", saísse do litoral, deveria levar milho, feijão e mandioca para plantá-los em todos os rincões do país.
Há outra "conspiração". O Brasil do litoral, aquele que dita nossos padrões alimentares, diz que somos o país da mandioca. Também afirma que os povos do milho são os andinos Peru e Chile. Simbolicamente, a mandioca venceu a guerra. Todos acreditam piamente que a raiz está no âmago de nossa história alimentar. Mas já quando Alvar Nuñez Cabeza de Vaca atravessava parte do Brasil em direção a Assunção, partindo de Florianópolis, em 1.541, vai topando com várias tribos junto às quais recolhe mantimentos, incluindo sempre farinhas de mandioca, milho e, por vezes, de pinhão. O milho sempre apareceu incorporado junto à mandioca para a alimentação dos colonizadores. Havia até um tipo de "lei", um "regimento" dos portugueses determinando que toda pessoa que fosse ao "sertão", saísse do litoral, deveria levar milho, feijão e mandioca para plantá-los em todos os rincões do país.
O "partido da mandioca" perdeu.
Se está em nosso subconsciente que somos um povo comedor de mandioca, os interesses modernos da indústria mundial alimentar promoveu sua derrota. É acachapante. A mandioca ficou restrita à pequena agricultura, à agricultura familiar. O milho, todavia, não encontra um lugar simbólico no coração dos brasileiro. É despersonalizado. Mas, a produção mundial de milho ultrapassa a casa de um bilhão de toneladas. EUA e China são os maiores produtores. O Brasil vem logo atrás, com algo como 100 milhões de toneladas. A produção de mandioca brasileira fica na casa dos 20 milhões de toneladas, cinco vezes menor.
Se está em nosso subconsciente que somos um povo comedor de mandioca, os interesses modernos da indústria mundial alimentar promoveu sua derrota. É acachapante. A mandioca ficou restrita à pequena agricultura, à agricultura familiar. O milho, todavia, não encontra um lugar simbólico no coração dos brasileiro. É despersonalizado. Mas, a produção mundial de milho ultrapassa a casa de um bilhão de toneladas. EUA e China são os maiores produtores. O Brasil vem logo atrás, com algo como 100 milhões de toneladas. A produção de mandioca brasileira fica na casa dos 20 milhões de toneladas, cinco vezes menor.