Bandeirantes e guaicurus, a arte de enganar o inimigo
A guerra é a arte de enganar o inimigo. Nenhum povo vence uma batalha apenas dando tiro, a exigência é ludibriar o opositor. Os guaicurus construíram uma longa história não apenas derrotando os bandeirantes flechando e quebrando cabeças de paulistas por serem exímios cavaleiros, como a lenda adora contar. Foram exímios manipuladores.
Um império vitorioso.
Bons guerreiros e extremamente espertos, não só paulistas apanharam dos guaicurus. Durante 250 anos, espanhóis, portugueses e guaranis tiveram de recuar nas guerras que provocaram. Nessa época, formaram um pequeno Império que ia das barrancas do rio Paraguai, em Porto Murtinho, até as proximidades de Assunção. Um império inexpugnável. A cada tentativa de invasão, aproveitavam para aprender alguma coisa, entre esses novos conhecimentos o de domar e cavalgar cavalos. Chegaram a ter 8 mil cavalos, o tanque de guerra daquela época.
Farra paulista com mulheres guaicurus e basta um fósforo para vencer.
Uma das melhores histórias guaicurus ocorreu em 1.778. Nesse ano, os portugueses tentaram vencer a força guaicuru mais uma vez. Espertalhões, os guaicurus pediram uma trégua. Os portugas pensaram que seus eternos oponentes estavam enfraquecidos. A suspeita da perda de força virou certeza quando os indígenas lhes ofereceram algumas mulheres. À noite, enquanto os descendentes de europeus se divertiam com as moças, os guaicurus atacaram e mataram todos que viram pela frente. Como a situação estava difícil, os bandeirantes saíram do Mato Grosso do Sul e foram atacar índios em Goiás. Por lá, deram o troco. Diziam que tinham o poder de fazer a água pegar fogo. Levantavam uma garrafa de cachaça, acendiam um fósforo.... e o cacique se rendia.
