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Em Pauta

Briguentos, amigáveis, cuidadores: o mundo dos peixes

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 28/11/2023 07:30
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Sob a superfície da água há um mundo pouco conhecido, mas que guarda algumas características dos humanos. Há peixes "israelenses" e "palestinos", constantemente envolvidos em lutas intensivas. Também há peixes "suíços", que nunca se dispõem a entrar em brigas. Entre os do primeiro grupo, briguentos, estão, obviamente, as piranhas, acompanhadas pelos pacus. No grupo dos "pacifistas", estão os cascudos e os tetras (peixes de aquário).


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A divisão do trabalho humana.

A divisão do trabalho se converteu em uma necessidade para os humanos. Nenhuma pessoa no mundo tem todos os conhecimentos e habilidades para realizar todas as tarefas que são necessárias para manter a vida. Podemos reconstruir mais ou menos como evoluímos para chegar a essa situação. Desde a época em que éramos coletores caçadores, alguns se especializavam na busca de comida. Outros, na fabricação de ferramentas e havia os especialistas no tratamento de enfermidades e no cultivo de plantas. Essas habilidades enriqueciam o grupo, mas tornavam todos dependentes dos demais. Essas especializações avançavam conforme o número de membros do grupo. Quanto mais gente, mais especialistas.


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A experiência no Lago Tanganica.

O Lago Tanganica, o segundo maior da África é o primeiro na produção de peixes para aquário. Vem de lá as mais aprofundadas pesquisas sobre a divisão do trabalho entre peixes. Quase todas as espécies desse lago vivem em grupos familiares estáveis, os cardumes. Neles, há sempre um macho e uma fêmea reprodutores que são grandes. Também há muitos peixes menores que não põem ovos mas cuidam das crias. Para os peixes, tamanho é "documento", determina sua posição na sociedade.


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Peixe tem empatia, ajuda outros?

Os peixes com mais experiência social são mais hábeis socialmente, vivem melhor entre outros peixes, mas não são muito propensos a ajudar. Já os que crescem sem a presença de adultos são mais propensos a ajudar, são os grandes "limpadores de ovos", uma tarefa essencial para a sobrevivência.


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Tremor de submissão.

Sabiam que um peixe "abana o rabo" para mostrar submissão a outro? Os peixes que crescem junto com adultos são os mais propensos a "tremer a cauda", um gesto de submissão aos indivíduos dominantes, que são os reprodutores. Isto os ajuda a não meter-se em brigas, é bom para o indivíduo, mas não contribuem muito para o desenvolvimento do grupo. O inverso é verdadeiro. Os peixes que crescem na ausência de adultos não "abanam o rabo", se envolvem em brigas, mas são importantes no avanço do grupo, colaboram em tudo, desde cuidar das crias a limpar ovos e alimentos.
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