Como as crianças se contagiam da gripe na creche ou escola
A Universidade de Pittsburg, nos Estados Unidos, tinha tudo pronto para abrir sua pequena creche. Havia encontrado um lugar perfeito e o tinha enchido de brinquedos. Tinha comidinhas, bolinhas, muitos brinquedos e, inclusive, um purificador de ar. Era uma jaula muito ampla e um par de câmeras que gravavam o tempo todo. Na primavera de 2.022, abriu as portas. E deu as boas vindas a quatro furões sadios e um com gripe.
Como o vírus da gripe se expande nas creches e escolinhas.
O objetivo do estudo era observar como o vírus da gripe se expande nas creches e escolinhas, o habitat ideal para a proliferação desse vírus. Os furões são os animaizinhos mais utilizados nos estudos da gripe. Eles têm um sistema respiratório muito similar ao nosso. Também se comportam como crianças humanas. São animais muito sociais, correm e brincam, mordem os brinquedos e tem interações curtas e intensas entre eles. A experiência consistia em juntar esses animaizinhos em espaços comuns algumas horas por dia, cheio de brinquedos. Davam bebidas e comidas. Depois, cada furão ia descansar em sua janela, separado dos demais.
Ventilação só atrasa a gripe, não previne.
Os resultados da pesquisa ofereceram alguma surpresas. Trocaram o ar poucas vezes, como em uma creche. E fizeram o inverso, trocaram o ar ambiental muitas vezes, quase o tempo todo. O resultado foi o mesmo: 50% dos furões acabaram se infectando nos dois casos. A única diferença, foi que aqueles que estavam recebendo ventilação normal adoeceram em três dias. Já os que receberam muito mais ventilação, adoeceram entre três s sete dias. Ventilação só serve para atrasar o contágio.
O mistério do curso separado.
Em outra momento da experiência, um furão gripado esteve jogando com outros quatro sadios, mas havia um quinto animal que foi mantido separado da turma. O apartado foi o primeiro a cair enfermo. Parecia contraintuitivo. Consultaram longamente as câmaras e observaram que o furão isolado esteve mordendo as bolinhas que o doente também brincava. Era como um caminho feito com migalhas de pão, mas só que era de vírus. O furão doente deixava um rastro de vírus que o separado ia recolhendo, a conclusão é que a saliva é extremamente contagiante. A limpeza das superfícies é fundamental.
Infectar cedo ou mais tarde?
Há uma grande quantidade de pais que acredita que seus filhos devem adquirir doenças respiratórias ou gastrointestinais o mais cedo possível. Com isso, as crianças adquiririam imunidades desejadas. Obteriam um efeito protetor no futuro. Outros, pensam o inverso, postergam o máximo possível a aquisição de doenças infecciosas. As pesquisas demonstraram que a segunda opção é a melhor. Não são opções iguais. É melhor postergar. O sistema imunitário infantil está mais desenvolvido com quatro do que com dois anos, por exemplo. Os especialistas dizem que as vacinas infantis são fundamentais. E a paciência.