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Em Pauta

Conquistadoras e esquecidas: as 1ªs mulheres europeias em MS

Mário Sérgio Lorenzetto | 31/07/2023 08:20
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Alvar Nuñez Cabeza de Vaca, esse o nome do primeiro europeu a chegar em terras sul-mato-grossenses. Espanhol, aventureiro profissional, também foi o primeiro a caminhar desde a Flórida até o Texas, onde recebe todas as homenagens possíveis. Cabeza de Vaca é um marco na história dos direitos humanos. Foi ele que conseguiu eliminar - por pouco tempo - a escravidão indígena na fronteira dos EUA com o México. Sua vida foi repleta de triunfos e tragédias. Ninguém conseguiu sobreviver a tantas tempestades marítimas e naufrágios como ele. Sua vida é tema de debates até os dias atuais. Recentemente, saiu de Vermont, nos EUA, um longo trabalho universitário sobre seus feitos. Mas e as mulheres que chegaram ao Mato Grosso do Sul. Quem foram ? Como viviam? Pelo menos, quais seus nomes? Há um imenso vazio nesses estudos.


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As primeiras mulheres espanholas na América.

Durante os primeiros séculos da colonização, milhares de espanholas embarcaram rumo ao "Novo Mundo", às Américas. O nome de muitas dessas viajantes foi ignorado devido à indolência de funcionários do governo espanhol e de alguns descuidados cronistas. Poucos rememoram os nomes das espanholas que mudaram de suas cidades pela vida em navios, onde padeceram as mesmas tempestades e fome que seus capitães e marinheiros. Já nas Américas, engrossaram as fileiras dos expedicionários e, como eles, desbravaram selvas, atravessaram cordilheiras e rios. E também combateram contras indígenas, levantaram cidades, construiriam escolas e hospitais. E, acima de tudo, foram as progenitoras dos mestiços e crioulos. Na segunda viagem de Colombo, consta o nome de quatro mulheres.


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Pouco a pouco, chegaram as mulheres espanholas.

Desde o final do século XV, um fluir constante de espanhóis se dirigiu para as Américas com suas esposas, filhas, mães e criadas. Dentre as 1.500 pessoas embarcadas na segunda viagem de Cristóvão Colombo, a Casa de Contratação de Sevilha anotou quatro mulheres: Maria Fernandez, criada de Colombo; Maria de Granada, sobre quem nada se sabe; e as comerciantes Catalina Rodríguez e Catarilina Vásquez. Na terceira viagem chegaram trinta mulheres. Algumas eram esposas dos viajantes, mas a Casa de Contratação deu permissão para "mulheres de túrbia condición" como a prostituta Gracia de Segovia e as ciganas Catarilina e Maria de Egipto.


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As mulheres europeias chegam a Assunção.

Foi de Assunção que Alvar Nuñez Cabeza de Vaca partiu na viagem ao Mato Grosso do Sul. Passados oito anos dessa expedição, chegaram três navios à atual capital do Paraguai. A ideia era acabar com os "maus costumes" dos espanhóis que lá estavam vivendo. Assunção era chamada de "Paraíso de Maomé" porque ali "un español vive hasta con diez mujeres guaraníes". Assunção era um harém. Os três navios levavam 300 pessoas a bordo, sessenta mulheres entre elas. Comandava a expedição dona Mencía Calderon de Sanabria que tinha a obrigação de trazer 80 homens casados com suas mulheres e filhos, 20 donzelas casadoras e 250 solteiros, homens e mulheres de qualquer idade. Dona Mencía empenhou sua fazenda na Espanha, mesmo assim, não conseguiu cumprir todos os requisitos a que se obrigara. Algumas dessas sessenta mulheres continuaram suas aventuras e chegaram ao Mato Grosso do Sul? A história está por ser contada...

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