Crise do feijão. Seca, milho e soja derrubaram a produção
Segundo o IBGE, as três safras de feijão somadas, de maio do ano passado a maio de 2016, derrubaram a produção de aproximadamente 500 mil toneladas. Tudo começou em 2014. Naquele ano os produtores de feijão sentiram um baque - a produção nacional do feijão chegou a um pico de 3,3 milhões de toneladas e o preço, que já era baixo, despencou.
A saca de 60 kg chegou a ser vendida a R$ 40 - hoje a mesma saca é vendida na capital do feijão, Unaí (MG), a R$ 450. O resultado de um preço tão baixo não poderia ser outro. Na capital brasileira do feijão em nas demais cidades plantadoras de feijão como São Desiderio, na Bahia, e Sorriso, no vizinho Mato Grosso, os produtores perderam dinheiro e entusiasmo com o grão e decidiram investir em soja e milho.
Este ano, a seca castigou as lavouras do feijão, em seus maiores centros produtores. Se a plantação do feijão perdeu terras para a soja e o milho, a produção foi ainda mais agravada com a seca que produziu apenas 22 sacas por hectare como média (nos anos anteriores era de 25 sacas por hectare).
A decisão do governo federal de zerar a alíquota de importação de feijão dificilmente trará algum alento. A Argentina e a Bolívia não têm fôlego para garantir uma oferta maior do feijão a ponto de mexer nos preços. Os dois outros grandes produtores de feijão - China e México - tem questões sanitárias não resolvidas com o Brasil. Dificilmente comeremos feijão chinês ou mexicano em 2016.
Produção de carne bovina deve cair 6%.
Desde 2015 o país vive um processo acelerado de substituição de carne bovina. Entrarem em cena a carne de frango e as salsichas. A Agroconsult prevê queda de 6% na produção de 2016. A consultoria diz que a queda de produção será maior do que os abates porque, ao contrário do que ocorreu no ano passado, quando investimentos em tecnologia resultaram em animais mais pesados, em 2016 os bovinos serão abatidos mais leves. Esse cenário é negativo para os pecuaristas, que terão faturamento menor, quanto para os frigoríficos, devido a uma produtividade do abate menor. Também não se pode esperar por preços maiores, pois não existe demanda que sustente tal elevação.
Cassinos serão aprovados pelo Senado antes do recesso parlamentar.
A abertura de cassinos no país poderá render até R$ 15 bilhões para os cofres públicos. Esse é o maior chamariz para sua rápida aprovação pelo Senado ainda neste mês. O presidente do Senado, Renan Calheiros, apresentou uma lista de projetos de lei que serão priorizados. Pouco desse pacote deve avançar. A provável única exceção deverá ser o projeto que regulamenta os jogos de azar. Ele enfrenta pouca resistência entre os senadores. O relator do projeto é o senador Fernando Bezerra do Pernambuco. Os analistas acreditam que ele alterará o projeto para dar prioridade ao Norte e ao Nordeste.
Terrorismo. Aeroportos copiam os cassinos para aumentar a segurança.
Áreas totalmente abertas sem colunas de apoio para receber as máquinas de raio-X de última geração. Aumento de pontos de controle antes da passagem para as portas de embarque. Formação de filas dos passageiros para aproveitar melhor os sensores de alta tecnologia e as câmeras com software de reconhecimento facial para ajudar a polícia a identificar terroristas. A aviação tem muito a aprender com os cassinos de Las Vegas. Eles são capazes de identificar mais de 70% de seus frequentadores.
Em Newark Liberty, um dos principais "hubs" (centros de operações de voos comerciais) dos Estados Unidos, os carros foram transferidos para uma distância maior do terminal de aviação visando diminuir a ameaça de carros-bomba. Apesar da preocupação de norte-americanos e europeus, o país recordista em segurança e Israel. Desde os atentados de 11 de setembro de 2001, os especialistas em segurança israelenses vem se reinventando. O Ben Gurion, principal aeroporto israelense vem passando por sucessivas mudanças. Tetos altos e abundancia de corredores largos e desimpedidos permitem uma melhor visão para as inúmeras câmeras de segurança. As portas são à prova de bombas para evitar estilhaços.
A vigilância começa muito antes do terminal. Todos os carros são parados em um ponto de controle, guardados por policiais fortemente armados e com câmeras que lêem as placas. Os suspeitos são parados para interrogatórios e revistas. Todo esse aparato não pode significar a demora no transito de automóveis e de pessoas dentro dos aeroportos. É uma equação que ainda não encontrou seu melhor resultado. Nos recém ampliados aeroportos brasileiros esses cuidados são diminutos. Ninguém lembrou das Olimpíadas quando os ampliaram e reformaram para a Copa do Mundo de Futebol. Resta rezar.
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