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Em Pauta

Dinheiro, dia, bolsa família... heranças da Mesopotâmia

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 31/01/2024 09:30
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Mesopotâmia era aquela faixa de terra, entre dois rios, onde hoje é a Turquia, Síria, Irã e Iraque. Foi lá que surgiram as primeiras cidades, domesticaram plantas e animais, criaram os atuais sistemas de pesos e medidas,  e nos legaram documentos, em forma de pequenos tabletes de argila, que nos permitem entender nosso passado mais distante.


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Dúzia, horas e dias.

Devemos aos sumerianos algumas coisas como a contagem por dúzias, a hora de sessenta minutos e a divisão do dia em 24 horas. Tudo isso fazia parte de um intrincado e complexo sistema de contabilidade. Um sistema que, em algum aspecto, continua conosco até hoje. E tem outra invenção da Mesopotâmia que vem sendo disputado a unhadas entre eles, chineses e hindus: o dinheiro.


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Dinheiro mesopotâmico.

Eles tinham uma unidade monetária denominada "siclo de prata". Um siclo de prata equivalia a um saco de cereal (era chamado de "gur" ou "bushel"). Aliás, esse termo "bushel" vem sendo usado até os dias atuais, pelos países anglo-saxões, como unidade de medida para mercadorias sólidas e secas, como a soja, por exemplo.


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Duas rações de cevada por dia.

Um siclo era subdividido em sessenta "minas", correspondendo a uma porção de cevada - com base no princípio mesopotâmico de que todos tinham direito a duas rações de cevada por dia (certamente estão pensando nos "Bolsas Família" da vida brasileira, e estão certos). Já o dinheiro foi uma uma criação de burocratas para rastrear recursos e transferir itens entre departamentos nos templos e nos prédios públicos. Os burocratas usavam o dinheiro para calcular as dívidas - aluguéis, impostos, empréstimos - em prata. E a prata de fato circulava, mas não na forma de moedas, mas de pedacinhos não cunhados. Adam Smith as chamou de "barras brutas". O mais estranho é que a maior parte dos tesouros em prata ficaram guardados, durante milhares de anos nos mesmos armazéns. Vem daí a fama que alguns povos árabes passaram a ter de serem "mãos de vaca", não tolerarem desperdício de dinheiro.

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