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Em Pauta

Dor nas costas, lumbago: "nunca mais em meu corpo"

Mário Sérgio Lorenzetto | 31/05/2023 07:00
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Os números são explosivos e tendem a crescer. Mais de 600 milhões de pessoas sofrem com dores nas costas, o famoso "lumbago". Já é a primeira causa de incapacidade no mundo. Um estudo calcula que crescerá 36% nos próximos anos. A postura no trabalho e a obesidade são as principais causas.


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Doença da industrialização.

Desde o início da industrialização, com o descenso das atividades físicas, as más posturas e, recentemente, o uso de celulares, vem sendo construído um coquetel que desgasta os ossos da parte baixa das costas, entre a duodécima costela e as pregas dos glúteos. A lombalgia tornou-se uma das dores mais frequentes que chegam aos consultórios médicos.


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É terrível: 60% das lombalgias não tem explicação.

É uma verdadeira epidemia, algo muito frequente. E é uma patologia difícil de prevenir porque, ainda que te recomendem exercícios físicos, ter bom peso e evitar más posturas, há em torno de 60% das lombalgias que não tem uma explicação, diz o maior estudo sobre essa doença recentemente publicado na "The Lancet Rheumatology". É o verdadeiro "Tendão de Aquiles" do ser humano, uma zona muito sensível que sofre com mais frequência. Há outro dado amedrontador: 80% da população sofrerá lombalgia alguma vez na vida.


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Os piores são Hungria e República Tcheca. O Brasil está logo atrás.

Esse estudo também mostrou onde ocorrem mais casos de lombalgia. Os países com maiores números de casos são a Hungria e a República Tcheca. Logo a seguir vem o trio que disputa a hegemonia mundial: Estados Unidos, China e Rússia, acompanhados de perto pela Austrália. O Brasil ocupa o terceiro escalão, com a Argentina e o Chile. As Ilhas Maldivas e o Myanmar são onde há pequeno número de doentes. Por esse quadro, é possível aferir que riqueza de uma nação não faz bem para as costas.


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Prevalência em mulheres.

Os cientistas constataram que a prevalência global é mais alta em mulheres do que em homens em todos os grupos de idade. Mas a idade pesa na lombalgia. O grupo de 80 a 84 anos é o que tem as mais altas taxas de lombalgia. E após os 60 anos, algo como 20% começa a apresentar dificuldades para cuidar de si mesmos.


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Medicamentos pouco efetivos.

Os autores desse estudo miram com preocupação a pouca efetividade dos fármacos. Dizem que "muitos tratamentos que são oferecidos atualmente para controlar a dor lombar tem pouca, nenhuma ou desconhecida eficácia. Isso incluem, analgésicos simples, e fortes, como os opiáceos e as terapias físicas (tração, ultrassom, estimulação elétrica transcutânea) e muitos procedimentos cirúrgicos". Ainda dizem que faltam melhores estudos e tempo para encontrar soluções efetivas para as dores lombares. Traduzindo em bom português: quem tiver lombalgia está lascado.

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