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Em Pauta

Islã: como pequenos fazendeiros criaram a religião

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 06/01/2024 08:00
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

O norte da China pertence ao islamismo. A França provavelmente se converterá brevemente a essa religião. A Rússia não entende como o islamismo está dominando extensas regiões desse que é o maior país do mundo. Nenhuma dessas "façanhas" deveria impressionar se conhecessem a velocidade inaudita de seu crescimento.


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Uma religião criada por pequenos fazendeiros.

A saga do islamismo começa com os ancestrais dos árabes do deserto, que eram pequenos fazendeiros sedentários trabalhando em terrenos às margens dos oásis. Há 3.000 anos, eles aprenderam primeiro a domesticar o camelo - que saíra da América do Norte -, o que lhes deu a habilidade de desafiar o deserto. Mesmo com essa mudança, sua situação era precária. Viviam na pobreza extrema durante os verões. Melhoravam um pouco pastoreando cabras e camelos o resto do ano. Essa sombria existência lhes permitiu viver um precioso isolamento que os poupou das guerras entre Bizâncio (atual Istambul) e a Pérsia (o Irã moderno).


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Família e tribo.

A vida nos oásis era dependente dos bons resultados da família e da tribo. As noções de autonomia individual ocidental simplesmente não se aplicam ao deserto. Um ataque a um membro da tribo é um ataque a todos. A tribo inteira é responsável pelo "thar" - retaliação. A resultante rede de honra e vingança, tão comum no moderno Oriente Médio, é eterna, aparentemente sem começo ou fim. Essa é uma base de pensamento que deveria preocupar muitas pessoas neste momento.


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Antes do Islã, o politeísmo dominava.

Os habitantes pré-islâmicos dessa região oravam para muitos deuses. O islã se apropriou de muitas crenças e práticas religiosas antigas. Os primeiros árabes erigiram santuários a numerosas divindades. A mais sagrada era a Caaba, em Meca, um grande bloco de granito onde há um canto em que se encaixa uma pedra negra, provavelmente de procedência meteórica. Não se sabe se Caaba era dedicada à principal divindade árabe, Al-Llah (Alá). Alguns estudiosos afirmam que era dedicado a Hubal, outra divindade menor. Eles costumavam adorar fragmentos de meteoros.


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Insultados por cristãos e judeus.

Por volta de 500 d.C., os árabes do deserto passaram a ter contato frequente com cristãos e judeus. Muitas vezes eram insultados por suas crenças politeístas e sua falta de um credo abrangente da existência da vida após a morte. Consequentemente, um senso de inferioridade religiosa cresceu entre os habitantes do deserto, juntamente com um desejo reprimido por um sistema de crenças abrangente próprio. Por outro lado, não se sabe como Meca - o "Vaticano do Islã" - se tornou um centro comercial. Ela não produzia nada de valor. Alguns sugerem que Meca tinha sua principal vantagem na posição geográfica. Longe de ataques, de fácil capacidade comercial. Nessas condições surgirá Maomé. Poucos percebem, mas dentre todas as religiões do mundo, somente o Islã foi fundado por um comerciante. E Abu Bakr, seu sucessor imediato, era um um mercador de tecidos. Esse é um fato extraordinário. Maomé criou uma religião que prega a negociação, e se entende como um complexo sistema de práticas, raramente entendido pelas outras religiões.

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